Imunocompetência de camarões marinhos alimentados com dietas suplementadas com plantas do bioma amazônico, com ênfase no farelo de açaí (Euterpe oleraceae)

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Imunocompetência de camarões marinhos alimentados com dietas suplementadas com plantas do bioma amazônico, com ênfase no farelo de açaí (Euterpe oleraceae)

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Title: Imunocompetência de camarões marinhos alimentados com dietas suplementadas com plantas do bioma amazônico, com ênfase no farelo de açaí (Euterpe oleraceae)
Author: Vieira, Abdon de Oliveira
Abstract: A utilização de medidas profiláticas para prevenção das doenças tem sido amplamente investigada nos últimos anos. A busca por compostos que aumentem a imunocompetência dos animais durante os cultivos é fundamental para o desenvolvimento sustentável da carcinicultura. Nesse contexto, plantas do bioma amazônico como açaí, buriti e pracaxi, têm potencial para serem incluídas na dieta de organismos aquáticos devido à sua riqueza em compostos bioativos com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e nutracêuticas. Neste estudo, avaliou-se o estado imunológico de camarões juvenis Penaeus vannamei alimentados com ração suplementada acrescida de farelo de açaí a 4% ou 8% (A4 ou A8), farelo de buriti com 4% ou 8% (B4 ou B8) e farelo de pracaxi com 4% ou 8% (P4 ou P8). Foram realizadas análises bioquímicas (parâmetros hemato-imunológicos) e um desafio viral mediante infecção sistêmica contra o vírus da Síndrome da Mancha Branca (WSSV), DL50/15. Os camarões alimentados com A8 apresentaram melhores condições gerais de imunocompetência em comparação com os demais tratamentos, possivelmente devido à concentração de farelo de açaí. Camarões alimentados com B4 e A8 apresentaram maior número de células imunocompetentes circulantes (CTH) e camarões alimentados com P4 e A8 revelaram maior capacidade de atividade antimicrobiana intermediada pela enzima de melanização (PO). Independentemente do farelo vegetal utilizado na ração, os camarões apresentaram maior capacidade aglutinante da hemolinfa, sugerindo uma melhor capacidade de reconhecer e imobilizar agentes patogênicos. Curiosamente, a capacidade aglutinante dos eritrócitos caninos foi mais expressiva para o soro de animais alimentados por A8 e B8. Em relação às bactérias, a patogênica Gram- negativa Vibrio harveyi, foi mais reconhecida e aglutinada pelo soro dos animais alimentados por A4, B4, B8, P4 e P8. A outra bactéria patogênica Gram-negativa V. nigripulchritudo, também foi potencialmente reconhecida e aglutinada pelo soro de animais alimentados com A4, A8 e B4. A bactéria patogênica Gram-negativa Aeromonas hydrophila foi expressivamente aglutinada pelo soro dos animais alimentados com A8. Por outro lado, a aglutinação da bactéria Gram-positiva Microbacterium maritypicum foi superior com o soro dos animais alimentados com A4, B4, B8 e P8, enquanto para a bactéria Gram-positiva C. stationis, a aglutinação foi mais eficiente com o soro dos animais alimentados por A8. Por fim, quanto ao desafio com WSSV, a suplementação com farelo de açaí a 8% não resultou em aumento da sobrevivência dos animais em comparação ao grupo controle, possivelmente associado a alta carga viral. Em conjunto, os resultados fornecem novas informações sobre a utilização de diferentes plantas do bioma amazônico na alimentação de camarões, visando melhorar a imunocompetência desses animais e prevenir doenças na carcinicultura.Abstract: The use of prophylactic measures to prevent diseases has been widely investigated in recent years. The search for compounds that increase the immunocompetence of animals during farming is fundamental for the sustainable development of shrimp farming. In this context, plants from the Amazon biome, such as açaí, buriti and pracaxi, have the potential to be included in the diet of aquatic organisms due to their richness in bioactive compounds with antioxidant, anti-inflammatory and nutraceutical properties. This study evaluated the immune status of juvenile Penaeus vannamei shrimp fed supplemented feed containing 4% or 8% açaí flour (A4 or A8), 4% or 8% buriti flour (B4 or B8) and 4% or 8% pracaxi flour (P4 or P8). Biochemical analyses (hemato-immunological parameters) and a viral challenge were carried out by systemic infection with the White Spot Syndrome Virus (WSSV); DL50/15. Shrimp fed with A8 showed better immunocompetence compared to the other treatments, possibly due to the concentration of açaí flour. Shrimp fed B4 and A8 showed a greater number of circulating immunocompetent cells (CTH) and shrimp fed P4 and A8 showed a greater capacity for antimicrobial activity mediated by the melanization enzyme (PO). Regardless of the vegetable meal used in the feed, the shrimp showed greater hemolymph binding capacity, suggesting a better ability to recognize and immobilize pathogens. Interestingly, the agglutination capacity of canine erythrocytes was more significant for the serum of animals fed with A8 and B8. As for the bacteria, the Gram-negative pathogenic Vibrio harveyi was more recognized and agglutinated by the serum of animals fed A4, B4, B8, P4 and P8. The other pathogenic Gram- negative bacterium, V. nigripulchritudo, was also potentially recognized and agglutinated by the serum of animals fed A4, A8 and B4. The Gram-negative pathogenic bacterium Aeromonas hydrophila was significantly agglutinated by the serum of animals fed A8. On the other hand, agglutination of the Gram-positive bacterium Microbacterium maritypicum was higher with the serum from animals fed A4, B4, B8 and P8, while for the Gram-positive bacterium C. stationis, agglutination was more efficient with the serum from animals fed A8. Finally, when challenged with WSSV, supplementation with 8% açaí flour did not result in increased survival of the animals compared to the control group, possibly associated with the high viral load. Taken together, the results provide new information on the use of different plants from the Amazon biome in shrimp feed, with the aim of improving the immunocompetence of these animals and preventing diseases in shrimp farming.
Description: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, Florianópolis, 2024.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/262669
Date: 2024


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