Aditivos na conservação de plaquetas em hemocomponentes: uma revisão narrativa

Abstract

As plaquetas são células sanguíneas que desempenham um papel fundamental na manutenção da hemostasia, contribuindo para a integridade vascular e o controle de hemorragias. Seu uso terapêutico é crucial em casos de distúrbios hemorrágicos e trombocitopenias, condições em que a transfusão de concentrados de plaquetas é frequentemente indicada. Contudo, a curta vida útil das bolsas de concentrados de plaquetas, limitada de três a cinco dias, representa um desafio significativo para os bancos de sangue, pois aumenta o risco de desperdício e dificulta o gerenciamento dos estoques, especialmente em situações de alta demanda. Nesse cenário, o uso de aditivos para prolongar a viabilidade das plaquetas se destaca como uma alternativa promissora para otimizar a conservação desses hemocomponentes e assegurar sua eficácia terapêutica. Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão narrativa sobre empregos, vantagens, desvantagens e perspectivas clínicas acerca do uso desses aditivos. A metodologia envolveu uma análise abrangente da literatura científica disponível, focando nas principais gerações de soluções aditivas de plaquetas (PAS) e seus impactos no metabolismo, ativação e estabilidade das plaquetas durante o armazenamento. Os principais achados indicam que os aditivos oferecem vantagens importantes, como a redução das reações adversas pós transfusionais e a manutenção do pH, minimizando a degradação e ativação prematura das plaquetas. No entanto, desafios como o custo elevado e a necessidade de plasma residual ainda limitam sua implementação em larga escala. Conclui-se que, embora as PAS representem uma solução promissora para a conservação de plaquetas, é necessário avançar na pesquisa e desenvolvimento de soluções mais acessíveis e eficazes para assegurar a qualidade e a segurança das transfusões em diferentes realidades de saúde pública.