Abstract:
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Este estudo teve como objetivo traçar um perfil de funcionalidade de crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC) na região sul do Brasil e acompanhar as mudanças longitudinais em funcionalidade e incapacidade durante o primeiro ano de reavaliações. Para compreender o contexto sociodemográfico e características clínicas utilizou-se o formulário “Fatores Contextuais”. Para identificar a área do corpo mais afetada, empregou-se o questionário “Topografia”. A avaliação das habilidades motoras grossas e das habilidades manuais ocorreu por meio do “Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS)” e do “Sistema de Classificação da Habilidade Manual (MACS)”. Se utilizou do questionário “Escala de Mobilidade Funcional (FMS)” para avaliar o tipo de locomoção e o “Pediatric Evaluation of Disability Inventory Computer Adaptative Test (PEDI-CAT)” para avaliar a funcionalidade. Foram avaliadas 49 crianças/adolescentes, majoritariamente do sexo masculino (67,35%), com idade entre cinco e 10 anos (44,90%). A maioria apresentou quadriplegia (39,13%), bilateral (67,39%), do tipo espástica (67,35) e comprometimento motor grave, com 42,86% classificados como GMFCS V. Os dados sociodemográficos indicaram que a maioria das famílias avaliadas reside em Santa Catarina (73,47%), possui até três pessoas no domicílio (51,02%), tem renda igual ou inferior a três salários-mínimos (83,67%) e recebe o Benefício de Prestação Continuada (65,31%). A principal cuidadora é a mãe (97,96%), em sua maioria tendo cursado o ensino médio (44,90%) e sem trabalho remunerado (55,10%). As reavaliações revelaram que 10% dos 20 participantes apresentaram um aumento no nível do GMFCS, 35% tiveram alterações no nível do MACS e na forma de locomoção. No questionário PEDI-CAT, 75% dos participantes mostraram alterações nos domínios de "atividades diárias", "mobilidade" e "social/cognitivo", enquanto 55% tiveram alterações no domínio "responsabilidades". Os resultados indicam que a maioria das crianças enfrentam desafios significativos em mobilidade, habilidades manuais e comunicação, além de outras complicações associadas. O acompanhamento longitudinal destacou a importância de monitorar as mudanças no perfil de funcionalidade para ajustar as intervenções terapêuticas e desenvolver estratégias mais eficazes. |