Abstract:
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Ostras são moluscos bivalves e uma das espécies de grande importância é a Crassostrea gigas. Possuem a habilidade de filtrar a água, para se alimentar e adquirir oxigênio, porém, nesse processo acaba acumulando contaminantes como bactérias, vírus, metais e matéria orgânica. A bactéria Vibrio parahaemolyticus já vem sendo acompanhada nas ostras pela sua predominância em ambientes marinhos e de estuário e por causar doenças decorrentes da ingestão de bivalves crus ou mal cozidos pelos humanos. No Brasil, a produção é concentrada no estado de Santa Catarina, sendo responsável por mais de 95% da produção, gerando renda e empregos para a população regional. Com o aumento do consumo, é necessário o estudo de melhorias na produção em busca de qualidade e segurança, assim como o novo Programa Nacional de Molusco Bivalves Seguros que busca implementar uma nova metodologia e necessita de dados nas condições ambientais brasileiras. O objetivo do estudo foi avaliar a eficiência da depuração em ambiente natural na redução de Vibrio parahaemolyticus em ostras destinadas ao consumo humano nas condições ambientais de Santa Catarina. As ostras foram contaminadas de forma natural e artificial e levadas para a área de afinação para realizar a depuração. As amostras foram retiradas em 6 tempos (0, 24, 48 e 72 horas, 7 e 14 dias) para serem realizadas as análises. A análise seguiu a metodologia NMP-qPCR descrita por Parveen (2017). Tanto a contaminação natural quanto de forma artificial (em aquários), ocorreram de modo satisfatório, com mais de 5 log10 NPM/100g. Na contaminação natural, houve presença de Vibrio parahaemolyticus em todos os tempos analisados (T0h, T24h e T48h), com um decaimento maior que 1 log nas primeiras 24 horas e um aumento após as 24 horas até as 48 horas. Para a contaminação artificial, após o T0h até T24h, houve uma redução de 1,9 log, superior a contaminação natural. Do T24h até o T48h a redução continuou, mas em um ritmo lento. As amostras T72h, T7d e T14d foram analisadas em pool e resultaram na presença do microrganismo. Foi percebido que 48 horas de depuração não foram suficientes para eliminar V. parahaemolyticus das amostras. Em futuros estudos, é indicado a realização de análise, além da ostra, em amostra de água da região de afinação, assim como a de ostras controles. Este estudo reuniu informações relevantes para o novo programa implementado, buscando melhorar a qualidade e segurança para o produto e os consumidores. Ressalta-se que mais experimentos, com repetições adequadas e estatisticamente relevantes, devem ser conduzidos para que se possa determinar as condições necessárias para a redução de V. parahaemolyticus. |