Abstract:
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O envelhecimento provoca alterações nos sistemas do corpo humano, como a diminuição da força muscular (dinapenia) e o declínio de habilidades cognitivas, que podem levar ao comprometimento cognitivo leve ou demência. Esses problemas podem ter uma fisiopatologia similar e resultar em graves déficits funcionais. Este estudo busca identificar a associação entre cognição deficitária e dinapenia em idosos brasileiros.
O estudo transversal foi realizado com dados da primeira onda do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, CAAE 34649814.3.0000.5091). Foram selecionados 4370 idosos acima de 60 anos, com dados completos. Variáveis de interesse foram a dinapenia (exposição) e a função cognitiva (desfecho). A dinapenia foi avaliada pela média das três medidas da Força de Preensão Manual, e os pontos de corte foram <26 kg para homens e <16 kg para mulheres. A função cognitiva foi avaliada por testes de orientação temporal, memória imediata e tardia, e fluência verbal. As pontuações foram convertidas em escores z, ajustados por idade, sexo e escolaridade, para identificar participantes com desempenho cognitivo abaixo da média por mais de um desvio padrão, classificados como escore z abaixo do esperado (EzAE).
A análise estatística foi feita no Stata 16.0 para calcular frequências, associações e razões de prevalências brutas e ajustadas. As associações e razões de prevalências do desfecho (EzAE) em relação à principal exposição (dinapenia) foram estimadas por regressão de Poisson, com IC de 95%.
A análise ajustada dos resultados revelou uma razão de prevalência de 1,48 (IC95%: 1,21 - 1,81) entre dinapenia e EzAE, indicando uma associação significativa. Além disso, inatividade física (RP: 1,27), tabagismo (RP: 1,31), depressão (RP: 1,32) e renda mais baixa, com indivíduos nos tercis inferior e médio apresentando RP de 1,47 e 1,77, respectivamente, também mostraram associação com o desfecho. Conclui-se, por fim, que a presença de dinapenia está associada a EzAE em idosos, bem como inatividade física, tabagismo e depressão. |