Mecanismo de neurotoxicidade do fungicida Mancozeb e a sua possível relação com a doença de Parkinson

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Mecanismo de neurotoxicidade do fungicida Mancozeb e a sua possível relação com a doença de Parkinson

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Title: Mecanismo de neurotoxicidade do fungicida Mancozeb e a sua possível relação com a doença de Parkinson
Author: Sofia, Nahas Dafico
Abstract: A doença de Parkinson (DP) é uma condição neurológica caracterizada pela degeneração dos neurônios na substância negra compacta, resultando na redução dos níveis de dopamina no estriado e comprometimento da função motora. Estudos epidemiológicos e experimentais têm sugerido que os agrotóxicos podem desempenhar um papel significativo na etiologia da DP idiopática. Esses estudos revelam que exposições ocupacionais a agrotóxicos como paraquat, rotenona, maneb e mancozeb têm sido associadas ao aumento na incidência de DP. Os mecanismos para essa correlação podem incluir estresse oxidativo, interferência nos transportadores de dopamina, disfunção mitocondrial, indução de fibrilação da α-sinucleína e inflamação. O Mancozeb (MZ) é um fungicida amplamente utilizado no mundo. No Brasil, é o quarto ingrediente ativo de agrotóxico mais vendido. O MZ contém manganês (Mn) na estrutura química e concentrações elevadas desse metal no cérebro já foram correlacionadas com o surgimento de doenças neurodegenerativas. Por ser uma fonte potencial de Mn, a exposição prolongada ao MZ poderia contribuir para o desenvolvimento da DP. Porém, ainda não existem estudos que sustentem essa associação. E, apesar de sua extensa utilização, ainda há poucos estudos que investiguem os efeitos neurotóxicos do agrotóxico. O objetivo do estudo foi investigar o envolvimento do estresse oxidativo no mecanismo de toxicidade do MZ em células de neuroblastoma humano SH-SY5Y, as quais possuem características de neurônios dopaminérgicos e são consideradas um bom modelo in vitro para estudar a DP. As células foram expostas ao MZ e foram realizados ensaios para a determinação de parâmetros de estresse oxidativo, bem como, análise da morfologia celular. A exposição ao MZ (6 µM) durante 1 hora aumentou significativamente a geração de espécies reativas (ER), dentre elas o radical ânion superóxido. Além disso, a exposição ao fungicida durante 3 horas causou uma redução significativa nos níveis de glutationa (GSH), seguido por um aumento dos níveis de GSH após 12 horas de exposição ao MZ. Ademais, o tratamento com o antioxidante ácido ascórbico foi capaz de proteger as células frente a citotoxicidade do MZ, indicando que o estrese oxidativo é um dos mecanismos envolvidos no efeito citotóxico do fungicida. Por fim, a exposição ao MZ causou alterações morfológicas nas células, as quais foram dependentes da concentração e do tempo de exposição ao agrotóxico. Os resultados obtidos indicam que o estresse oxidativo parece estar envolvido no mecanismo de citotoxicidade induzida pelo fungicida MZ nas células SH-SY5Y.
Description: Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Análises Clínicas/CCS.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/258694
Date: 2024-09-03


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