Avaliação do efeito da exposição a benzofenona-3 (BP-3) em mexilhões Perna perna (Linnaeus, 1758)

Abstract

A benzofenona-3 (BP3) é um composto amplamente utilizado em produtos de cuidado pessoal (PCP), no entanto, seu uso como filtro UV ocasiona a contaminação de corpos d’água, principalmente onde há frequência de banhistas. Seguinte, o advento da PB3 na biota marinha, em decorrência de seu uso, é tóxica à biota marinha. Consequentemente, nas últimas quatro décadas em que a BP3 vem sendo usada, as pesquisas sobre as consequências de seu emprego na indústria têm tomado relevância global. Por conseguinte, uma das muitas formas de pesquisar os possíveis efeitos da BP3 é com o uso experimental de bivalves, como o mexilhão Perna perna. Sua ampla distribuição na fauna marinha e sua natureza filtradora e bentônica o tornam um substancial alvo de pesquisa. Além disso, os P. perna são amplamente consumidos no território brasileiro pelas populações litorâneas historicamente. Por fim, para determinar as possíveis alterações que a BP3 causa no organismo do P. perna, métodos bioquímicos podem ser empregados, no intuito de conferir o funcionamento e normalidade de biomarcadores do organismo de um indivíduo ou grupo. Neste estudo foram utilizados métodos bioquímicos para determinar as relações de biomarcadores enzimáticos (Glutationa peroxidase (GPx); Glutationa redutase (GR); Glutationa s-transferase (GST); Glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PDH); Catalase (CAT)) e lipoperoxidação lipídica (MDA) em resposta à BP3 nos mexilhões P. perna. Para tal, os mexilhões foram expostos durante sete dias em concentrações ambientalmente relevantes de BP3 sendo divididos em três grupos experimentais. Assim, sendo eles: Controle, um grupo não exposto a BP3; Exposto menor, exposto a 0,1 µg.L-1 de BP3; Exposto maior, exposto a 3 µg.L-1. Dos resultados óbitos no presente estudo, foi observado que, o mexilhão P. perna apresentou danos lipoperoxidativos possivelmente ocasionados por uma ineficiência causada na enzima CAT em contaminação a BP3. Em consoante, foram comparadas as atividades enzimáticas do tecido branquial e glandular digestivo (ambos expostos à BP3), podendo deduzir que o tecido branquial do P. perna seja mais eficiente nas defesas à BP3 do que a glândula digestiva.