Análise digital da oclusão em pacientes edêntulos reabilitados com sobredentaduras mandibulares: um estudo clínico longitudinal

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar longitudinalmente as oclusões estática e dinâmica em pacientes portadores de sobredentaduras mandibulares implanto-retidas (IODs). Materiais e Métodos: Pacientes edêntulos totais foram tratados com IODs retidas por 2 ou 4 implantes. A distribuição dos contatos oclusais foi analisada pelos métodos digital (T-Scan® III) e analógico (papel articulado) imediatamente após a entrega das próteses (baseline, T1) e após 4 anos (T2), e classificada por um examinador independente como escores 0, 1 e 2 para inadequado, satisfatório e adequado, respectivamente. Os resultados foram comparados usando teste de homogeneidade marginal (P < 0,05). Os métodos de análise oclusal (digital vs. analógico) foram analisados utilizando o coeficiente de correlação kappa de Cohen (p < 0,05) e V de Cramer. Resultados: Sete (n = 7) pacientes com IODs mandibulares (2 implantes: n = 3; 4 implantes: n = 4), contabilizando 52 análises da oclusão, foram avaliados. Embora após 4 anos não tenham sido encontradas diferenças estatisticamente significativas em nenhum dos movimentos mandibulares analisados por ambos os métodos de análise oclusal, na oclusão cêntrica os dois métodos mostraram um padrão oclusal inferior comparado ao baseline. Na oclusão dinâmica, o método analógico mostrou uma tendência a superestimar o padrão oclusal, enquanto o método digital mostrou um diagnóstico mais realista. Os métodos digital e analógico mostraram uma forte correlação na análise da oclusão em 4 anos (p< 0,001). Conclusões: Dentro das limitações deste estudo, sugere-se que a oclusão balanceada bilateral alcançada no momento da instalação da sobredentadura não se mantém ao longo do tempo, e que os métodos digital e analógico de análise oclusal mostraram-se consistentes após 4 anos.

Abstract: The aim of this study was to longitudinally evaluate static and dynamic occlusions in patients with implant-retained mandibular overdentures (IODs). Materials and Methods: Fully edentulous patients were treated with mandibular IODs retained by 2 or 4 implants. The distribution of occlusal contacts was analyzed by the digital (T-Scan® III) and analog (articulating paper) methods immediately after prostheses delivery (baseline, T1) and after 4 years (T2), and scored by an independent examiner as 0, 1 and 2 for inadequate, satisfactory and adequate, respectively. Results were compared using marginal homogeneity test (p < 0.05). Occlusal analysis methods (digital vs. analog) were analyzed using Cohen's kappa correlation coefficient (p < 0.05) and Cramer's V. Results: Seven (n = 7) patients with mandibular IODs (2 implants: n = 3; 4 implants: n = 4), accounting for 52 occlusion analyses, were evaluated. Although after 4 years no statistically significant differences were found in any of the mandibular movements analyzed by both occlusal analysis methods, in centric occlusion both methods showed an inferior occlusal pattern compared to baseline. In dynamic occlusion, the analog method showed a tendency to overestimate the occlusal pattern, while the digital method showed a more realistic diagnosis. The digital and analog methods showed a strong correlation in the analysis of occlusion at 4 years (p< 0.001). Conclusions: Within the limitations of this study, it is suggested that the bilateral balanced occlusion achieved at the time of overdenture installation is not maintained over time, and that digital and analog occlusal analysis methods proved to be consistent after 4 years.