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Abstract:
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Objetivo: Analisar as cargas de trabalho dos profissionais de enfermagem no
paciente fim de vida na emergência. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa,
exploratoria e interpretativa, na qual participaram 18 profissionais da equipe de enfermagem
atuantes na unidade de emergencia de um hospital de grande porte do municipio de
Florianopolis. A analise de dados foi realizada utilizando hermenêutica. As entrevistas foram
gravadas em horário de trabalho dos profissionais em salas individuais na unidade de
emergência do hospital de estudo. As entrevistas foram gravadas com celular e posteriormente
transcritas em documento Word para análise dos dados. Resultado: Os dados obtidos foram
classificados em sete categorias: Motivação para o trabalho na emergência; Organização do
processo de trabalho; Aumento das Cargas de trabalho; Facilitadores nas cargas de trabalho;
Adoecimento dos profissionais; Impacto emocional do óbito; Estratégias de enfrentamento. A
presente pesquisa. O estudo entrevistou 10 enfermeiros e 8 técnicos de enfermagem,
revelando uma demografia de 15 mulheres e 3 homens, com idades entre 30 e 52 anos e
média de 41 anos. As formas de vínculos empregatícios variaram bem como a carga horária
semanal. Os entrevistados possuíam diversos níveis de formação, com destaque para
pós-graduação e especialização. As principais motivações para trabalhar na emergência
incluíram a identificação pessoal com o trabalho, a vontade de ajudar pacientes, e a
oportunidade de aprendizado contínuo. A organização do processo de trabalho revelou
sobrecarga de tarefas, frustrações com a gestão, e desafios na comunicação interprofissional.
O aumento das cargas de trabalho foi subdividido em cargas físicas, psíquicas, químicas,
mecânicas, biológicas e fisiológicas, destacando a escassez de profissionais, condições físicas
inadequadas, e desafios na gestão e comunicação. Entre os facilitadores, foram mencionados a
contínua aprendizagem, o coleguismo e a autonomia profissional. O adoecimento dos
profissionais foi reconhecido como um impacto significativo do ambiente de trabalho,
incluindo condições físicas e mentais como hérnias, lesões, estresse e ansiedade. O impacto
emocional do óbito foi percebido intensamente, especialmente nos primeiros atendimentos da
carreira, com lembranças marcantes das primeiras perdas de pacientes, no entanto este
impacto não foi percebido como principal problema nas cargas de trabalho dos profissionais.
Considerações finais: Através deste estudo foi possível avaliar a influencia das diferentes
cargas de trabalho em uma equipe de enfermagem que diariamente enfrenta casos complexos
e o óbito de pacientes. Ainda que em um ambiente hospitalar onde se encontram cercados de
microrganismos e substancias potencialmente nocivas, as falas dos entrevistados pouco
mencionaram tais cargas, se concentrando majoritariamente em mencionar a alta demanda, o
quantitativo inadequado de profissionais e a intensidade que tornam a emergência um local
altamente estressante. |