Políticas de combate ao narcotráfico e preconceito social contra a folha de coca: Análise crítica da implementação da política de ‘guerra às drogas’ na Bolívia

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Políticas de combate ao narcotráfico e preconceito social contra a folha de coca: Análise crítica da implementação da política de ‘guerra às drogas’ na Bolívia

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Title: Políticas de combate ao narcotráfico e preconceito social contra a folha de coca: Análise crítica da implementação da política de ‘guerra às drogas’ na Bolívia
Author: Magalhães, Angela Villarroel
Abstract: O objeto de estudo da presente monografia é a relação entre a implementação do paradigma da ‘guerra às drogas’ no Estado boliviano e o preconceito social contra a folha de coca. Esta pesquisa tem como objetivo principal compreender como se articulam as três dimensões da realidade - internacional, estatal e societal – através das quais o paradigma se manifesta para sustentar as políticas repressivas em torno de corpos racializados na Bolívia. Para tal, foram considerados três objetivos específicos: (i) revisitar a origem do paradigma e sua internacionalização, buscando situar os principais alvos da mesma; (ii) examinar a implementação do paradigma dentro das políticas de controle de drogas na Bolívia e a sua relação com as elites locais; e (iii) analisar a construção do preconceito social e racial contra o indígena andino e seus costumes para entender o seu papel na legitimação das repressões militarizadas contra os produtores da folha de coca. Diante dos objetivos colocados, a hipótese deste trabalho argumenta que a estigmatização dos produtores de folha de coca como narcotraficantes, além de alimentar a narrativa da ‘guerra ás drogas’, também beneficia as elites econômicas e políticas que lucram com o tráfico, enquanto os elos mais frágeis dessa conjuntura continuam sendo atacados com políticas repressivas militarizadas. Para tal, esta pesquisa utiliza três principais fundamentos teóricos: o conceito de securitização; os estudos neogramscianos; e o conceito de raça entendido a partir da colonialidade do poder. Trata-se de um estudo de caso histórico-analítico de abordagem qualitativa, no qual foram empregados recursos iconográficos e de análise de discurso para a interpretação dos elementos apresentados e foram examinadas fontes primárias e secundárias nacionais e internacionais. Como resultados, percebe-se que a ‘guerra às drogas’ é um dispositivo de poder de escala global que também se apresenta em contextos locais. Na Bolívia, as contradições desse paradigma se expressaram favorecendo uma elite política e econômica ligada, em muitas ocasiões, às atividades clandestinas, ao mesmo tempo que se direcionam políticas de erradicação forçada dos cultivos de folha de coca, estigmatizando os cocaleiros como narcotraficantes. Assim, a guerra às drogas no país passou a ser aplicada exclusivamente contra os produtores de coca e os estratos mais baixos, reféns do negócio da cocaína. Já no âmbito societal, verifica-se que a construção do imaginário antiindígena na sociedade boliviana, principalmente na região Oriental, foi fundamental para perpetuar o preconceito específico contra os camponeses cultivadores da folha. Portanto, destaca-se que o paradigma da ‘guerra às drogas’ se encontra com o preconceito racial existente contra os indígenas andinos, sua cultura e costumes, passando a contribuir para a legitimação das repressões militares contra os cocaleiros.
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Socioeconômico, Relações Internacionais.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/256587
Date: 2024-07-12


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