Abstract:
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No início do século XXI, o sistema internacional testemunhou diversas mudanças estruturais. Conforme colocado por Robert Cox, a ordem mundial está em constante transformação, sendo marcada por rupturas, emergência de novos atores e instabilidade hegemônica. Nesse sentido, mudanças substanciais ocorridas no início dos anos 2000 no cenário global, como a ascensão de novas economias, incluindo a China, enfraqueceram a tradicional supremacia das nações avançadas, principalmente a dos Estados Unidos. Em consequência disso, a emergência do país asiático abriu novas possibilidades de cooperação para nações em desenvolvimento, como o Brasil, que buscou diversificar suas parcerias econômicas e, assim, reduzir a dependência externa dos Estados Unidos. O Brasil, com seu vasto mercado consumidor e significativa dimensão econômica, caracteriza-se em um parceiro estratégico tanto para os EUA quanto para a China, sobretudo, em um contexto de disputa hegemônica, onde a aliança com outras nações é fundamental. Embora ambos os atores sejam essenciais para o Brasil em termos de comércio e investimentos, a crescente dependência externa do país e o declínio da sua participação industrial, sublinham a importância de avaliar qual dessas superpotências está mais alinhada com os objetivos brasileiros de desenvolvimento e reindustrialização. Este estudo visa examinar, através de uma análise histórica e comparativa, como as relações bilaterais com os EUA e a China impactam o Brasil, buscando entender como o país pode explorar ao máximo suas oportunidades de crescimento no atual cenário de rivalidade hegemônica global. |