Estratégias de tratamento para inflamação pulmonar aguda em ratos: revisão de escopo da literatura

Abstract

A doença pulmonar aguda é uma das maiores causas de mortalidade no mundo. Nesses casos é indicado o uso de tratamentos anti-inflamatórios ou estratégias terapêuticas que reduzam a inflamação. Os estudos experimentais com ratos têm sido desenvolvidos para a busca de novos agentes flogísticos em modelos animais de doença pulmonar aguda, como o estímulo com lipopolissacarídeo (LPS) e sepse (bactérias ou outro). Na literatura, existem inúmeros estudos pré-clínicos publicados, no entanto, muitas são as lacunas encontradas nas experimentações animais, desde a padronização do modelo até a confiabilidade nos resultados desses estudos. O presente estudo teve como objetivo verificar a eficácia de tratamentos anti-inflamatórios em ratos com inflamação pulmonar aguda (ALI), e avaliar a qualidade da evidência gerada em revisões sistemáticas da literatura. Para isso, desenvolveu-se um protocolo de revisão de escopo da literatura. A pergunta científica, a estratégia de busca e de seleção dos estudos foram realizadas de acordo com o acrônimo PICOS. A análise do risco de viés nas revisões sistemáticas e meta-análises revelou lacunas metodológicas que podem comprometer a qualidade das evidências, destacando a necessidade de randomização adequada, cegamento e padronização dos métodos. Os estudos secundários foram buscados no PubMed, e a seleção dos estudos foi realizada por seis pesquisadores no Rayyan, com extração de dados em tabelas padronizadas. A revisão incluiu seis estudos pré-clínicos em ratos, focados em ALI induzidas por lipopolissacarídeo e sepse, sendo a maioria revisões sistemáticas com meta-análise. Foram investigadas diferentes intervenções anti-inflamatórias, incluindo carvacrol, tratamentos anti-inflamatórios, terapia fibrinolítica, células estromais mesenquimais (CTMs) e curcumina, utilizando várias vias de administração, com a intravenosa sendo a mais comum. Os resultados demonstraram potencial terapêutico dos agentes flogísticos estudados em reduzir mediadores inflamatórios e melhorar os resultados histológicos em modelos de ALI para cada intervenção. No entanto, a transição desses achados para ensaios clínicos humanos enfrenta desafios significativos devido às diferenças entre modelos animais e humanos. Conclui-se que, embora os tratamentos anti-inflamatórios demonstrem promessas em modelos animais, mais estudos rigorosos são necessários para garantir a confiabilidade e a aplicação clínica desses tratamentos em humanos.