Esporotricose Felina e Sua Importância Para a Saúde Pública

Abstract

A esporotricose felina é uma doença causada pela infecção por fungos do gênero Sporothrix, principalmente a partir das espécies Sporothrix brasiliensis, Sporothrix schenckii e Sporothrix humicola. Os fungos com características patogênicas desse gênero apresentam dimorfismo térmico, que permite que estes transitem de esporos, no ambiente a 25ºC, para leveduras em 37ºC, ao adentrarem os hospedeiros. Os gatos são importantes hospedeiros dessa doença, sendo responsáveis pela transmissão zoonótica desta para humanos. O contágio desses animais ocorre principalmente através de contato com outros animais infectados, ou através do acesso a ambientes com a presença do fungo. Essa infecção é caracterizada por lesões cutâneas isoladas ou múltiplas, principalmente na cabeça e mucosa nasal, em forma de nódulos ou úlceras, podendo, em casos mais severos, ocorrer de forma disseminada sistêmica. O diagnóstico da esporotricose é realizado através da análise de sinais clínicos junto com testes laboratoriais, principalmente, de exsudatos das lesões dos animais infectados. O tratamento é feito a partir da administração isolada ou combinada do itraconazol, porém devido à alta frequência de casos refratários, outros medicamentos podem ser incluídos, como o iodeto de potássio e a anfotericina B. O controle da esporotricose pode ocorrer através da castração dos gatos e limitação do acesso a ambiente externo por esses animais. Gatos com esporotricose devem ser mantidos isolados de outros animais, e tutores ou profissionais que entrarem em contato devem estar devidamente protegidos com uso de EPI’s adequados. Políticas públicas que visem o destinar verbas para pesquisa, controle, diagnóstico e tratamento da esporotricose felina devem ser aprimoradas, levando a correta instrução de tutores sobre os cuidados necessários com os animais doentes e a diminuição da subnotificação atualmente encontrada no Brasil.