Abstract:
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Justificativas e Objetivos: segundo Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios de
2022 - (PNAD contínua), 55,6 % da população brasileira é negra (45,3% se
autodeclararam pardos e 10,6% pretos). Destes, 67% dependem 100% do Sistema Único
de Saúde (SUS). Desde 2009, esta população possui diretrizes específicas de cuidado -
a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) instituída pela
portaria n.992 após décadas de organização e luta da sociedade civil. Dentre os
destaques dessa política, estão as Doenças Crônicas não Transmissíveis - (DCNTS).
Este artigo procura destacar a prevalência de uma dessas enfermidades, a Diabetes -
distúrbio metabólico decorrente da falta de insulina ou da mesma em efetuar seus efeitos
no organismo- especialmente na população negra nas 26 capitais do Brasil e no Distrito
Federal utilizando entrevistas da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2021(VIGITEL). Métodos: foram
analisadas 27.093 entrevistas da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico 2021 (VIGITEL) realizadas nas 26 capitais do país e
no Distrito Federal entre os anos de 2021 e 2022. Destas, 4139 (15,27%) entrevistas
foram inclusas no estudo utilizando o Dicionário de Dados VIGITEL 2021 e as
variáveis: diabetes, sexo, exercício físico, tabagismo, Hipertensão, médico receitou
medicação para diabetes, se faz uso de comprimido para diabetes, se faz uso de insulina
para diabetes, plano de saúde, cor, escolaridade, faixa etária, sobrepeso e obesidade.
Resultados: as populações amarela (0,14%) e indígena (0,12%) com diagnóstico
referido de diabetes, possuem uma amostra muito pequena para a comparação com as
demais etnias por isso foram desconsideradas do estudo. A população negra possui uma
prevalência de 7,1% do diagnóstico referido de diabetes entre a população estudada e
uma maior prevalência de fatores de risco para tal (tabagismo, obesidade, hipertensão e
baixa escolaridade). Bem como, fica evidente que essa população não possui o suporte
da saúde suplementar - o que correlaciona ao número de usuários da etnia negra que
dependem integralmente do Sistema Único de Saúde. Pode-se observar que as faixas
etárias com menor escolaridade e com diagnóstico precoce de diabetes também se
concentram na população negra. Conclusões: A população negra possui uma
prevalência de 7,1% do diagnóstico referido de Diabetes na população adulta deste
estudo. O banco de dados foi pequeno, já que englobou apenas as capitais brasileiras em
um universo de 5568 municípios brasileiros. Mas, dialoga com outros trabalhos,
nacionais e internacionais, que estudam a relação entre a etnia negra e os fatores de risco
para o desenvolvimento de Diabetes. Como forma de reduzir a prevalência da Diabetes
sobre a população negra, políticas de prevenção e de seguimento dos pacientes com
Diabetes são prementes. |