Infecção congênita pelo citomegalovírus: achados clínicos e desfecho em pacientes de um hospital pediátrico terciário de Florianópolis.

Abstract

Objetivo: descrever o perfil clínico ao nascimento e desfecho aos 12 meses de idade dos pacientes diagnosticados com infecção congênita pelo citomegalovírus em um hospital pediátrico referência de Florianópolis no período de 2017 a 2022. Métodos: estudo retrospectivo, observacional e descritivo com análise de dados secundários. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. Resultados: dos 20 casos incluídos no estudo, 12 (60%) eram do sexo feminino e todos eram de cor ou raça branca. 14/17 (82,3%) dos casos eram de nascimento a termo e 14/16 (87,5%) apresentavam peso ao nascer pequeno para idade gestacional (PIG). Identificou-se icterícia em 7/13 (53,8%), microcefalia em 5/18 (27,7%), hiperbilirrubinemia conjugada em 5/8 (62,5%) e calcificações intracranianas em 9/20 (45%) prontuários. 6/20 (30%) casos reprovaram na triagem auditiva neonatal e 5/20 (25%) apresentaram perda bilateral ao potencial evocado auditivo de tronco encefálico. Aos 12 meses de idade, encontravam-se perda auditiva bilateral e microcefalia em 5/8 (62,5%) e 7/13 (53,8%) casos respectivamente. Conclusão: peso ao nascimento PIG, icterícia e microcefalia foram alterações prevalentes. Calcificações intracranianas foram o achado de neuroimagem mais comum. Sequelas tardias importantes estiveram presentes aos 12 meses de idade.