Informalidade e suas aparentes consequências para as metas de crescimento macroeconômicas e a qualidade laboral no estado de Santa Catarina: um estudo do 4º trimestre de 2015 até o 4º trimestre de 2022.

Abstract

A informalidade é um fenômeno ubíquo, presente em países em diversas fases de desenvolvimento econômico. No entanto, compreender sua verdadeira influência sobre uma gama variada de indicadores é uma tarefa desafiadora, já que ela pode gerar externalidades negativas em determinados setores da economia, ao passo que, a curto prazo, pode “contribuir” com externalidades positivas em outros setores. Diante desse contexto, este estudo teve como objetivo principal analisar de que maneira a taxa de informalidade possivelmente impactou os indicadores relacionados às metas macroeconômicas e à qualidade laboral, abrangendo o período do quarto trimestre de 2015 até o quarto trimestre de 2022 dentro do estado de Santa Catarina. O intuito foi compreender o tamanho das externalidades geradas por esse fenômeno, sejam elas de natureza “positiva” ou “negativa”, nos dois conjuntos de indicadores mencionados, sendo o primeiro deles variáveis representando o crescimento econômico e o segundo uma variável representando a qualidade laboral. Como resultado, a análise revelou que a informalidade aparentemente exerceu uma influência positiva nos indicadores pertencentes ao primeiro conjunto durante o período considerado. No entanto, essa mesma informalidade demonstrou ter um sugerido efeito negativo sobre as variáveis relacionadas à qualidade laboral, que compõem o segundo conjunto de indicadores. Isso evidencia que a informalidade representou uma importante fonte de ocupação e renda para uma parcela significativa da população catarinense durante o período analisado. Entretanto, as externalidades adversas associadas a essa modalidade de trabalho, como a precariedade dos empregos informais e sua baixa qualidade, aparentemente impactam de forma negativa a sociedade e a economia local como um todo ao longo deste prazo. Como conclusão, chegou-se à ideia de adotar medidas que promovam uma formalização gradual da economia. Essas medidas podem ser implementadas de forma a estimular uma possível "evolução" entre os diversos tipos de informalidade identificados na literatura, a fim de minimizar as externalidades negativas relacionadas ao trabalho informal, ao mesmo tempo em que se assegura uma transição suave para os trabalhadores que dependem desse tipo de ocupação como fonte de emprego e renda.