A sociedade emancipada em Marx

Abstract

Karl Marx é um autor amplamente estudado nas mais diversas áreas de conhecimento, como Economia, Ciências Sociais, Jornalismo, Filosofia, entre outras. E não o é sem motivo: o autor ainda é um dos teóricos mais relevantes da história e da filosofia Moderna e Contemporânea, e suas ideias mais fundamentais ainda são categoricamente atuais. Não há como pensar em mudança social sem pensar em Marx. Autores revolucionários como Marx são essenciais para a manutenção do pensamento crítico dentro e fora da Universidade, e, por isso, o aprofundamento nas suas obras é muito importante para que possamos pensar a nossa própria realidade. O conceito de emancipação humana a ser estudado representa a motivação de Marx para a defesa da necessidade da transformação social; e é, em grande medida, o que motiva Marx a defender o comunismo como a sociedade necessária - ideia que continua a ser difundida até hoje. Meu objetivo com esse estudo é aprofundar as noções acerca da emancipação humana e o papel que a busca por essa emancipação desempenha na sociedade para Marx, buscando compreender a relação entre essa busca e as formas de organização social. Buscarei investigar o conceito de trabalho para Marx, a forma com que o trabalho nos separa dos animais, e a sua importância para a autodeterminação do ser humano, para, assim, entender o conceito de alienação - ou estranhamento - e a forma com que esse conceito se relaciona com a emancipação humana. A partir disso, investigarei a crítica de Marx à religião enquanto uma forma de alienação do homem, e, então, as diferenças entre a emancipação política - colocada como projeto da burguesia - e a emancipação humana - colocada como projeto do proletariado -, bem como a crítica marxiana à divisão entre o homem ‘indivíduo’ e o homem ‘cidadão’, a fim de melhor definir o que configura a emancipação humana para o autor. Pretendo argumentar, com isso, a impossibilidade da emancipação humana dentro do capitalismo, analisando o papel que a propriedade privada e a divisão social do trabalho possuem nesse cenário, a fim de demonstrar a exploração e a contradição inerentes ao sistema capitalista, que expressam a necessidade de superação dessa forma de organização social. Por fim, irei buscar compreender qual seria, então, a forma de uma sociedade emancipada para o autor, e por que a emancipação humana só é possível dentro da sociedade comunista.

Karl Marx is a widely studied author in various knowledge fields, such as Economics, Social Sciences, Journalism, Philosophy, among others. And it is not without reason: the author still is one of the most relevant theorists of Modern and Contemporary history and philosophy, and his most fundamental ideas still are categorically current. There is no thinking about social change without thinking in Marx. Revolutionary authors such as Marx are essential for maintenance of critical thinking inside the University and out, and that is why the deepening in their work is so important, so we can think about our own reality. The concept of human emancipation to be studied in this paper represents Marx’s motivation for the defense of the need for social transformation; and it is, largely, what motivates Marx’s defense of communism as the necessary society - an idea that is still disseminated to this day. My goal with this study is to deepen the notions about human emancipation and the role that the search for this emancipation plays in society for Marx, seeking to understand the correlation between this search and the forms of social organization. I will seek to investigate the concept of labor for Marx, the way that it separates us from animals, and its importance to the self-determination of the human being, so that we can understand the concept of alienation - or estrangement - and the way that this concept relates to the human emancipation. From that, I will investigate Marx’s criticism about religion as a form of human alienation, and, then, the differences between political emancipation - put as a bourgeoise project - and the human emancipation - put as a proletariat project -, and, also, the marxian criticism to the division between the man as an individual and the man as a citizen, so that we can better define what defines human emancipation for the author. I intend to argue, from that, the impossibility of human emancipation inside of capitalism, by analyzing the role that the private property and the social division of labor have in this scenario, so that I can demonstrate the inherent exploration and contradiction of the capitalist system, which manifests the need of overcoming this form of social organization. Lastly, I will seek to understand which is, in fact, the configuration of an emancipated society for the author, and why human emancipation only is possible in a communist society.