Proporção da infecção nosocomial por sars-cov-2 no Brasil: uma análise dos dados do sistema de informação epidemiológica da gripe 2020 a 2022

Abstract

Infecções nosocomiais são as infecções adquiridas após a admissão do paciente ao ambiente hospitalar e que se manifeste durante a internação. São consideradas o evento adverso mais frequente que ameaça a saúde dos pacientes, sendo a causa mais comum de mortalidade e morbidade hospitalar, afetando milhões de pacientes em todo o mundo. Entre os principais tipos de infecções responsáveis por mais de 80% das infecções nosocomiais está a infecção do tipo pneumonia, incluindo a pneumonia causada pela infecção por SARS-Cov-2, conhecida por doença do coronavírus (COVID-19). A COVID-19 foi declarada pela OMS como pandemia em março de 2020, devido ao súbito aumento do número de casos causado pela rápida disseminação do Sars-cov-2 através de gotículas de saliva, aerossóis, ou secreção nasal de pessoas infectadas que são liberadas ao falar, tossir ou espirrar. A transmissão nosocomial do Sars-cov-2 é relatada desde o surto inicial de COVID-19 em Wuhan, e representa outro desafio da pandemia que impacta diretamente na qualidade de vida dos pacientes. Estudos internacionais realizados em hospitais referem uma incidência de COVID-19 nosocomial entre 11% a 44%. O Objetivo deste estudo é identificar a proporção de infecção nosocomial por SARS-COV-2 no Brasil entre março de 2020 até dezembro de 2022. Trata-se de um estudo analítico, retrospectivo, de corte transversal, sobre a proporção de infecção nosocomial por Sars-Cov-2 no Brasil, através de dados secundários oriundos do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe. No presente estudo a variável dependente analisada foi a proporção de infecção nosocomial por Sars-cov-2. Como variáveis independentes exploratórias foram utilizadas: faixa etária; sexo; comorbidades; e macrorregião de residência. O estudo identificou uma proporção de casos nosocomiais de 2,58%, sendo maior no terceiro ano da pandemia 2022 (5,5%) na região Norte (7,57%), entre os indivíduos de 18-59 anos de idade (6,93%). Este estudo é de importância crítica, visto ser de abrangência nacional com grande amplitude, e estabelece uma base sólida para futuros estudos epidemiológicos.

Abstract: Nosocomial infections are infections acquired after the patient?s admission to the hospital environment and manifested during hospitalization. They are considered the most frequent adverse event that threatens the health of patients, being the most common cause of hospital mortality and morbidity, affecting millions of patients worldwide. Among the main types of infections responsible for more than 80% of nosocomial infections is pneumonia-like infection, including covid-19 pneumonia. WHO on March 2020 has declared the novel coronavírus COVID-19 a pandemic in March 2020, due to the sudden increase in the number of cases caused by the rapid spread of Sars-cov-2 through droplets of saliva, aerosols, or nasal secretions of infected people that are released when talking , cough or sneeze. Nosocomial transmission of Sars-cov-2 has been reported since the initial outbreak of COVID-19 in Wuhan, and represents another pandemic challenge that directly impacts patients' quality of life. International studies report a prevalence of nosocomial COVID-19 between 11% and 44%. The aim of this study is to identify the proportion of nosocomial SARS-COV-2 infection in Brazil between March 2020 to December 2022. This is an analytical, retrospective, cross-sectional study developed under secondary data from the Influenza Epidemiological Surveillance Information System. The outcome was considered the incidence of nosocomial SARS-COV-2 infection. The independente variables are: macroregion of residence in country; age group; sex; and comorbidities. The study identified a proportion of nosocomial cases of 2,58%, being higher in the third year of the 2022 pandemic (5,5%) in the North region (7,57%), among individuals aged 18-59 years (6,93%). This study is of critical importance, as it is nationwide in scope and provides a solid foundation for future epidemiological studies.