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Abstract:
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Os ambientes internos estão ganhando cada vez mais importância na vida das pessoas, assim como as preocupações sobre seus impactos na saúde humana. A poeira interna representa uma das principais fontes de contaminação dos ambientes internos, sendo fortemente associada com o nível de chumbo no sangue humano e, consequentemente, com diversas doenças. A origem da contaminação de chumbo encontrada nessa matriz vem de inúmeras fontes, tais como da atividade industrial, do tráfego de carros e do próprio solo, que adentram nos ambientes internos sendo carregadas pelas pessoas e pelo vento. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi avaliar o nível de contaminação por chumbo em 32 amostras de poeiras residenciais e laboratoriais de Jaraguá do Sul, uma cidade industrializada, e Florianópolis, a capital, menos industrializada, ambas de Santa Catarina, Brasil, usando Espectrometria de Absorção Atômica em Forno de Grafite (GF AAS). As amostras foram coletadas por 12 voluntários através de varrição manual dos ambientes internos de suas casas/ambientes de trabalho, com intervalos entre 6 e 10 dias. As amostras foram peneiradas para separação da poeira de outros materiais, a granulometria foi homogeneizada usando um moinho de bolas, e as suspensões foram preparadas nas condições otimizadas: 2% v/v HNO3 e 0,1% m/v Triton TX-100®. Após 24 horas de descanso, o chumbo foi determinado usando o programa de temperatura otimizado (Tp= 900 ºC e Ta= 2000ºC) com 500 mg de W como modificador permanente. A acurácia foi avaliada através de dois CRMs (Clay Soil 1 “Clay Loam Soil” e TILL-2 “Geochemical Soil”). Um teste de adição e recuperação foi realizado em três níveis, obtendo recuperações entre 96 e 127%. Os limites de detecção e quantificação foram de 1,0 e 2,9 μg g-1, respectivamente. Foram encontradas concentrações entre 10,2-166,5 μg g-1 de Pb nas amostras de Jaraguá do Sul e 3,7-78,5 μg g-1 nas de Florianópolis. Análises de componentes principais (PCA) e hierárquicas de clusters (HCA) foram usadas para estudar a correlação entre os fatores meteorológicos (precipitação, média da direção dos ventos, velocidade média dos ventos e radiação média) e a concentração de chumbo nas amostras. O PCA mostrou um agrupamento das amostras de Florianópolis que se separa das amostras de Jaraguá do Sul, indicando que Florianópolis tem uma menor contaminação entre as duas cidades. Ele também mostrou, em concordância com o HCA, as influências dos fatores meteorológicos na concentração de chumbo. A velocidade dos ventos e radiação média tiveram menor correlação com a presença de chumbo nas poeiras, enquanto a precipitação e a direção dos ventos se mostraram muito correlacionadas com a concentração de chumbo nas amostras. |
