Abstract:
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O projeto de pesquisa intitulado “A formação originária do mercado de trabalho no
Brasil” tem como objetivo aprofundar a compreensão acerca do processo de transição do
trabalho escravizado para o trabalho livre no Brasil, na segunda metade do século XIX,
refletindo acerca do processo de imigração, que foi impulsionado pela crise da mão de obra
escravizada. Para isso, analisamos documentos da Sociedade Promotora de Imigração
(SPI), um grupo formado por importantes fazendeiros do Oeste Paulista que, a partir do ano
de 1886, utilizou-se do periódico Correio Paulistano para atingir um interesse em comum:
subsidiar a vinda de imigrantes para o Brasil, com o intuito de salvar as fazendas de café da
ruína eminente.
Através disso, houve a possibilidade de compreender o perfil ideal de imigrante
buscado pela SPI, sendo este composto por: indivíduos que trabalhassem nas lavouras,
viessem com seus familiares e que, preferencialmente, já tivessem parentes instalados no
Brasil. Considerando a sua situação de pobreza e expropriação, o imigrante italiano foi o
mais procurado, uma vez que se encontrava mais suscetível a aceitar as condições de
trabalho em solo brasileiro.
Além disso, realizamos um estudo teórico-bibliográfico de autores que abordam a
origem do trabalho assalariado no Brasil, como Clóvis Moura, Darcy Ribeiro, Emília Viotti da
Costa, José de Souza Martins, Lúcio Kowarick e outros, tendo estes permitido um melhor
aprofundamento acerca da realidade brasileira e das relações de trabalho estabelecidas
durante o período colonial, que influenciaram a formação política, cultural e econômica do
país.
Por fim, essa análise histórica, bibliográfica e documental, com um aprofundamento
teórico a partir da crítica da economia política, nos possibilitou compreender as mudanças
sociais ocorridas na sociedade brasileira, que permitiram a formação de uma identidade
nacional diversificada, mas que mantiveram as relações de exploração presentes no
sistema capitalista. |