Ações estruturais, operacionais e econômicas no contexto do Sistema Interligado Nacional, impulsionadas por regimes de baixas afluências no Brasil.

Abstract

O presente trabalho consiste na pesquisa de evoluções em caráter estrutural, operacional e econômica do setor elétrico brasileiro frente a crises hídricas de maior relevância. Nos últimos 25 anos, destacam-se três períodos de escassez hídrica que resultaram em risco de desabastecimento no Brasil: o ano de 2001, no qual a maior parte dos consumidores do país foi submetida a racionamento de energia, os anos de 2014/2015 e, mais recentemente, os anos de 2020/2021. A forte correlação entre as crises hídricas e as crises energéticas no país está associada à participação expressiva da geração hidráulica no suprimento de energia elétrica. Neste sentido, os efeitos dos períodos de baixas afluências conduzem à adoção de medidas que visam o aumento da segurança energética, tais como a expansão dos recursos energéticos por meio da inserção de novas fontes de energia, o estabelecimento de novas diretrizes para melhor utilização dos recursos e a expansão da malha de transmissão. Neste trabalho, procura-se relacionar medidas de caráter estrutural e operacional que foram tomadas para o enfrentamento das últimas crises no Brasil, bem como avaliar qualitativamente a sua importância para o aumento da segurança energética no Sistema Interligado Nacional (SIN). Outro aspecto examinado diz respeito à avaliação de alguns efeitos econômicos decorrentes das crises hídricas experimentadas pela sociedade brasileira, uma vez que os custos com energia elétrica afetam os processos produtivos das indústrias, o funcionamento do comércio e qualidade de vida nas residências.