Distribuição de plantas exóticas em dunas frontais na ilha de Santa Catarina: padrão e status de invasão

Abstract

O presente trabalho teve como objetivo identificar e registrar ocorrências de plantas exóticas em dunas frontais ao longo da costa sudeste da ilha de Santa Catarina (Florianópolis, SC). Foram percorridos 13 trechos de dunas frontais, localizados entre a Praia da Solidão (27°47'46.86"S, 48°32'6.09"O) e o Distrito da Barra da Lagoa (27°34'4.19"S, 48°25'43.97"O). O levantamento das espécies foi efetuado através do método de caminhamento, percorrendo a pé os trechos e georreferenciando as ocorrências das espécies exóticas, levando em consideração o local, o tamanho da ocorrência e o status de invasão como presente ou estabelecido. Verificou-se que todos os trechos percorridos apresentaram ocorrências de plantas exóticas, com alta porcentagem de espécies exóticas invasoras (89,97%). As espécies mais frequentes nos trechos foram Terminalia catappa, Ricinus communis e Furcraea foetida, presentes em 11 dos 13 trechos amostrados. As espécies exóticas invasoras que representam maior ameaça às áreas amostradas foram Carpobrotus acinaciformis, Furcraea foetida e espécies do gênero Urochloa, por compreenderem o maior número de populações estabelecidas. Com relação aos trechos levantados, a Praia da Armação apresentou o maior número de ocorrências de plantas exóticas e exóticas invasoras, e o trecho da Lagoinha do Leste apresentou menores número e ocorrência de espécies exóticas. A espécie com maior número de ocorrências foi Carpobrotus acinaciformis, com alta frequência no total de trechos e alto número de populações estabelecidas, com destaque para o Costão do Morro das Pedras, Praia do Morro das Pedras e Praia dos Açores. A presença de espécies de plantas exóticas invasoras em dunas frontais na costa leste da Ilha de Santa Catarina caracterizam grande ameaça à biodiversidade e aos serviços ecossistêmicos das restingas localizadas nas dunas frontais. Os resultados obtidos neste estudo podem servir de base para o desenvolvimento de planos de ação tanto para o controle como para a erradicação de plantas exóticas invasoras, possibilitando a restauração ecológica de ecossistemas de restinga fundamentais ao bem-estar humano.