Análise da utilização do plasma térmico como substituto ao jateamento abrasivo em aço naval

Abstract

Com a indústria naval caminhando em direção à sustentabilidade e ao bem estar dos envolvidos no processo produtivo, surge a necessidade de que tais tópicos abranjam todas os segmentos envolvidos no processo da construção naval incluindo os processos de pintura. Neste sentido, podemos discutir a respeito do processo de pintura em relação ao aspecto da preparação da superfície comumente realizada pela técnica de jateamento abrasivo que envolve em sua maioria, reagentes que podem ser agressivos a saúde do operador, como a sílica presente na areia. No presente trabalho buscou-se estudar e avaliar a eficiência do processo de jateamento por plasma, como alternativa aos processos de jateamento por areia comumente utilizados nos processos de pintura no setor naval. A utilização de tal técnica é bastante difundida em outras indústrias de maior investimento e complexidade, como em processos de corte e soldagem a plasma. Neste sentido, uma empresa que já possui este tipo de equipamento para atividades de corte e solda, poderia empregar, ajustando os parâmetros de processo, tal equipamento, para auxiliar os processos de pintura naval, dispensando outras técnicas. Para a viabilização do estudo e também para validar a tecnologia de plasma como uma alternativa viável ao preparo da superfície para pintura no setor naval, foram utilizadas amostras de aço naval A36, avaliadas quanto à sua composição química, rugosidade pós tratamento, adesão a tinta e oxidação em ambiente alcalino. As análises de composição química do aço permitem inferir que o mesmo atende aos requisitos esperados pela construção naval e que o jateamento convencional possui vantagens sobre o tratamento de superfície com plasma no aspecto da rugosidade inserida na superfície e também para com a adesão a tinta. Por outro lado, o estudo demonstrou que, no que tange a resistência a oxidação, a utilização do processo de jateamento por plasma promove melhorias na superfície do material.

With the naval industry moving towards sustainability and the well-being of those involved in the production process, there is a need for such topics to cover all segments involved in the shipbuilding process, including the painting processes. In this sense, we can discuss the painting process in relation to the aspect of surface preparation commonly performed by the abrasive blasting technique, which mostly involves reagents that can be aggressive to the health of the operator, such as the silica present in sand. In the present work, we sought to study and evaluate the efficiency of the plasma blasting process, as an alternative to the sandblasting processes commonly used in painting processes in the naval sector. The use of this technique is widespread in other industries with greater investment and complexity, such as plasma cutting and welding processes. In this sense, a company that already owns this type of equipment for cutting and welding activities could use, by adjusting the process parameters, such equipment to help the naval painting processes, dispensing with other techniques. To make the study viable and also to validate plasma technology as a viable alternative to surface preparation for painting in the naval sector, samples of A36 naval steel were used, evaluated for their chemical composition, post-treatment roughness, adhesion to paint and oxidation in an alkaline environment. The analyzes of the chemical composition of the steel allow inferring that it meets the requirements expected by shipbuilding and that conventional blasting has advantages over the surface treatment with plasma in terms of the roughness inserted in the surface and also for the adhesion to the paint. On the other hand, the study demonstrated that, regarding oxidation resistance, the use of the plasma blasting process promotes improvements in the surface of the material.