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Abstract:
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Introdução: O transplante hepático é um procedimento cirúrgico de grande porte e complexidade, sendo considerado o principal tratamento para pacientes com doenças hepáticas terminais. O fígado é o maior órgão sólido do corpo humano e desempenha um papel crucial no mecanismo de coagulação sanguínea, desta forma, as hepatopatias tendem a aumentar o risco de perda de sangue e fluídos durante o procedimento. Neste contexto, a agência transfusional desempenha um papel indispensável na realização de transplantes de fígado, fornecendo suporte hematológico e assegurando que os hemocomponentes indispensáveis estejam disponíveis quando necessário. Isso contribui para a segurança do paciente durante todo o processo, desde a fase pré-cirúrgica até a recuperação pós-operatória. Objetivos: Identificar o perfil transfusional e as características das transfusões sanguíneas nos pacientes do transplante hepático. Método: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizado em um Hospital de Ensino no sul do país. Para a coleta de dados utilizou-se um instrumento composto por 43 itens, dividido em seis seções, com variáveis relacionadas ao perfil sociodemográfico, perioperatório do transplante, além de dados transfusionais e hematológicos. As informações foram coletadas dos prontuários de pacientes transplantados da referida instituição no período de 2011 a 2022. Foram excluídos os pacientes com menos de 18 anos, pacientes que fazem tratamento ambulatorial na instituição, porém transplantaram em outro local, pacientes transplantados da instituição, mas que realizam acompanhamento ambulatorial em outro local, bem como os que evoluíram para óbito. A análise dos dados ocorreu por meio da estatística descritiva. Este trabalho faz parte de um macroprojeto intitulado “Construção e Validação de protocolo para atendimento hemoterápico ao paciente do transplante hepático”, aprovado no Comitê de Ética da Universidade Federal de Santa Catarina. Resultados: Foram analisados 85 transplantes, onde observou-se uma maior predominância de homens (69,40%), brancos, com idade entre 27 e 69 anos, portadores do Vírus C (36,47%). O valor médio do escore MELD foi de 19,74. A ascite refratária foi a situação especial mais comum (25,88%), seguida do hepatocarcinoma (20%). A intercorrência cirúrgica mais frequente foi o sangramento excessivo (14,11%). O tempo médio de internação na Unidade de Terapia Intensiva foi de 6,78 dias e 24,32 dias de internação hospitalar total. O grupo sanguíneo mais comum foi o A positivo, e o hemocomponente mais transfundido foi o concentrado de hemácias. Da amostra 2,35% (n=2) apresentaram reações transfusionais, sendo elas: reação transfusional hemolítica aguda e o segundo, apresentou febre, náusea e êmese após receber concentrado de hemácias. Quanto às informações sobre a preparação no pré-transplante de fígado com ferro endovenoso para pacientes com anemia prévia, assim como o uso de drogas antifibrinolíticas profiláticas, não foram encontradas nos prontuários pesquisados. Conclusão: Os dados obtidos neste estudo fornecem informações relevantes sobre o perfil transfusional de pacientes do transplante de fígado. Esses dados podem auxiliar a equipe no desenvolvimento de melhores estratégias de gerenciamento da agência transfusional e dos cuidados oferecidos contribuindo para a segurança dos pacientes do transplante hepático. |
