Importância das mulheres na disciplina de História do Pensamento Econômico e a contribuição de Rosa Luxemburgo

Abstract

Neste trabalho, busca-se, por meio de consultas às ementas de disciplina de História do Pensamento Econômico (HPE) em cursos de economia ministrados em algumas universidades brasileiras, observar e discutir sobre a pouca representatividade de mulheres economistas nos currículos de cursos de Economia do Brasil. Mesmo mulheres com renomado conhecimento são pouco trabalhadas nos currículos atuais dos cursos analisados. Foram selecionados 10 cursos de Ciências Econômicas bem avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), dos quais buscou-se informações sobre a disciplina de HPE, a bibliografia recomendada e presença de referências de mulheres economistas dentre os autores recomendados. O resultado, ainda que cabendo a ressalva de que a amostra era pouco representativa diante do número total de cursos ofertados, é que o pensamento feminino e/ou feminista é pouco explorado nestes cursos. Complementando, apresenta-se a economista Rosa Luxemburgo, como um exemplo de economista com importantes contribuições para o pensamento econômico, obras reconhecidas e traduzidas, porém pouco trabalhada nos cursos de HPE no Brasil. Luxemburgo, mesmo um defensora do socialismo, questionou as teorias de Marx, pois entendia que a classe trabalhadora precisava tomar o poder político e social e construir uma sociedade socialista baseada na democracia e na propriedade coletiva dos meios de produção e que reformas políticas e econômicas no interior do sistema capitalista não eram suficientes para resolver as contradições intrínsecas do capitalismo e levar a uma sociedade mais justa e igualitária. Luxemburgo e outras pensadoras de sua época como Clara Zetkin e Beatrice Webb, enxergavam o mundo de um ponto de vista diferente, razão pela qual estudar seu trabalho pode enriquecer os currículos dos cursos de Economia.