Análise da morte materna no Brasil no período de 2011 a 2020

Abstract

Introdução: A mortalidade materna é alta no mundo e discrepante entre países e dentro do mesmo país. A meta até 2030 é RMM inferior a 70 no mundo e inferior a 30 no Brasil. As causas geralmente são por distúrbios hipertensivos e por um grupo classificado como outras afecções obstétricas. Esse estudo explana a variabilidade da RMM nas regiões do Brasil de 2011 a 2020 e encontra as principais causas de óbito. Métodos: É um estudo retrospectivo, transversal, descritivo e observacional, com dados secundários do SIM e SINASC. Foi calculada a RMM por ano e a RMM por causa nos 10 anos, em cada região e no país. Resultados: A RMM brasileira teve o mínimo de 54,48 em 2012 e o máximo de 71,97 em 2020. A menor RMM foi encontrada no Sul, 34,89 em 2013, e a maior na região Norte, 94,49 mortes em 2020. As maiores RMM por causas foram os grupos de causas indefinidas e classificadas em outro local (15,3), hipertensão, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, edema e proteinúria (12,1), infecções relacionadas ou que compliquem a gestação e o parto (7,4) e hemorragias (6,8). Discussão: Não houve tendência de melhora nos indicadores brasileiros. Os números reais podem ser maiores, pois há subnotificação dos óbitos. Em 2020 houve aumento da MM, que pode ser explicado pela sobrecarga dos serviços de Saúde em decorrência da pandemia. As causam se repetem em estudos anteriores, sendo indispensável um atendimento pré-natal e hospitalar de qualidade.

Introduction: Maternal mortality is high worldwide and varies between countries and within the same country. The target for 2030 is to achieve a global maternal mortality ratio (MMR) below 70 and below 30 in Brazil. The main causes are usually hypertensive disorders and a group classified as other obstetric diseases. This study examines the variability of MMR in Brazil's regions from 2011 to 2020 and identifies the leading causes of death. Methods: This is a retrospective, cross-sectional, descriptive, and observational study using secondary data from SIM and SINASC. MMR was calculated annually and MMR by cause over the 10-year period in each region and for the country. Results: Brazil's MMR ranged from a minimum of 54.48 in 2012 to a maximum of 71.97 in 2020. The lowest MMR was found in the South, with 34.89 in 2013, and the highest in the Northern region, with 94.49 deaths in 2020. The highest MMRs by cause were the groups of unspecified and classified causes in another location (15.3), hypertension, pre-eclampsia, eclampsia, edema, and proteinuria (12.1), infections related to or complicating pregnancy and childbirth (7.4), and hemorrhages (6.8). Discussion: There was no improvement trend in Brazilian indicators. The actual numbers may be higher due to underreporting of deaths. In 2020, there was an increase in maternal mortality, which can be explained by the burden on healthcare services due to the pandemic. The causes are consistent with previous studies, highlighting the need for quality prenatal and hospital care.