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Abstract:
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Introdução: Hipertensão Pulmonar (HP) é uma síndrome clínica e hemodinâmica que engloba um grupo de doenças clinicamente graves, e evolui com sintomas limitantes das atividades físicas e diárias desses pacientes. O teste de caminhada de seis minutos (TC6m), um teste de esforço, é amplamente utilizado para a avaliação da capacidade funcional, prognóstico e estratificação de risco na HP, bem como o NT-proBNP, um biomarcador de sobrecarga cardíaca. A avaliação da estratificação de risco simplificada é composta por parâmetros hemodinâmicos, TC6m, classe funcional OMS e NT-proBNP. Pacientes acompanhados em centros de referência de tratamento de HP geralmente pertencem ao grupo 1 Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) e grupo 4 Hipertensão Pulmonar Tromboembólica Crónica (HPTEC). Há discordância na estratificação de risco desses pacientes quando esta é baseada em níveis de NT-proBNP e na performance em testes de esforço.
Objetivo: Correlacionar o resultado do TC6m na estratificação de risco com outro fator de estratificação, o NT-proBNP, avaliar a possível concordância entre as duas variáveis e descrever a população em termos demográficos e clínicos.
Método: Estudo transversal, descritivo e analítico retrospectivo, aninhado em uma coorte, baseado em dados do projeto RESPHIRAR de pacientes acompanhados no centro de referência para tratamento de HP do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (HU), no período de 01/01/2018 a 31/12/2022. Foram incluídos pacientes que estavam em acompanhamento no centro de referência e realizaram o TC6m no período avaliado com resultado acima de 400 m. Foram coletados dados de idade, sexo, etiologia, NT-proBNP e TC6m. Valores de p<0,05 foram considerados para indicar uma diferença estatisticamente significativa.
Resultados: A população do estudo foi composta por 46 pacientes distribuídos entre os grupos 1 HAP, com 31 pacientes (67,4%) e grupo 4 HPTEC com 15 pacientes (32,6%). A mediana da idade dos pacientes foi de 52 anos e de maioria feminina (56,5%). A amostra apresentou uma mediana de NT-proBNP de 1079,5 ng/l e no TC6m a mediana foi de 463,5 m. Foi encontrada uma correlação estatística fraca (rs = -0,302)(p=0,033) entre os níveis de NT-ProBNP e a distância percorrida durante o TC6m , quando analisamos o conjunto total dos pacientes do estudo. No grupo 1 encontramos uma correlação estatística moderada (rs = -0,507)(p=0,0035) e quando calculada para o grupo 4 a correlação estatística se torna muito fraca (r = -0,118)(p=0,6748).
Discussão: Essas evidências sugerem que a correlação fraca observada em nosso estudo pode refletir um padrão geral, já observado em outras pesquisas que questiona o valor do TC6m na estratificação de risco e prognóstico nos pacientes com HAP e sobretudo nos pertencentes aos demais grupos de HP. A correlação obtida no grupo 4 contou com um n insuficiente de acordo com o cálculo amostral realizado anteriormente. A generalização dos resultados deve ser feita com cautela por se tratar de um estudo unicêntrico limitado aos grupos 1 (HAP) e 4 (HPTEC) de HP.
Conclusão: Nestes pacientes do ambulatório de hipertensão pulmonar do HU os resultados do TC6m não obtiveram uma boa correlação com os níveis de NT-proBNP. No grupo 1 essa correlação foi moderada e no grupo 4 foi muito fraca. |
