Acompanhamento após a correção de aneurisma da artéria poplítea com ecodoppler e uso do contraste de microbolhas: análise retrospectiva em centro de referência

Abstract

O aneurisma da artéria poplítea (AAP) é o aneurisma periférico mais frequente, sendo responsável por 70% dos aneurismas encontrados nos membros inferiores. Devido à incidência de possíveis complicações após o procedimento, estuda-se a capacidade do ecodoppler contrastado com microbolhas (CMB) como uma alternativa potencialmente melhor que o método convencional. Objetivos: descrever resultados iniciais da avaliação ultrassonográfica por ecodoppler com e sem contraste de microbolhas. Método: análise retrospectiva dos achados do ecodoppler convencional e do ecodoppler associado ao uso de contraste de microbolhas na avaliação da perviedade e estenoses de enxertos e/ou stent-grafts, bem como na detecção de vazamentos (endoleaks) no acompanhamento dos pacientes submetidos a correção cirúrgica ou endovascular do AAP. Resultados: a amostra é formada por 96,0% de homens. O volume médio de contraste utilizado foi de 1,4 mL, sem qualquer registro de intercorrências. Os achados referentes ao diâmetro da dilatação residual, presença de estenoses e/ou oclusão do stentgraft ou do by-pass e na determinação do desague distal se mostraram sem diferenças entre as técnicas ultrassonográficas. Contudo, em relação a identificação de endoleaks, o ecodoppler convencional demonstrou esta alteração em 2 pacientes, possibilitando a classificação de apenas um deles, enquanto que o método associado ao CMB diagnosticou endoleaks em 17 indivíduos, caracterizando e permitindo a classificação de todos os casos. A taxa global de endoleaks foi de 68%, sendo que no grupo de correção por cirurgia aberta ficou em 58,33% e no grupo submetido a técnica endovascular chegou a 76,92%. Dentro da presente amostra, ao considerar o ultrassom com contraste de microbolhas como o método de referência, o ecodoppler convencional apresenta uma sensibilidade de apenas 11,76% na detecção de endoleaks. Conclusão: O ecodoppler contrastado com microbolhas se mostrou muito seguro e com sensibilidade superior ao método convencional no diagnóstico, caracterização e classificação de endoleaks no acompanhamento após a correção por cirurgia aberta ou endovascular do aneurisma da artéria poplítea. Além de apresentar resultados bastante similares ao método convencional na medida do diâmetro residual da dilatação aneurismática, na presença de estenoses e/ou oclusões do stentgraft ou do by-pass, bem como na avaliação do desague de vasos infrageniculares.

Popliteal artery aneurysm (PAA) is the most common peripheral aneurysm, accounting for 70% of aneurysms found in the lower limbs. Due to the incidence of possible complications after the procedure, the ability of echodoppler contrasted with microbubbles is being studied as a potentially better alternative than the conventional method. Objectives: to describe the initial results of the ultrasonographic evaluation by echodoppler with and without microbubble contrast. Methods: retrospective analysis of conventional Doppler ultrasound findings and Doppler ultrasound associated with the use of Microbubble Contrast (CEUS) in the evaluation of patency and stenoses of grafts and/or stent-grafts, as well as in the detection of leaks (endoleaks) in the follow-up of patients undergoing surgical or endovascular correction of the PAA. Results: the sample is made up of 96.0% men. The average volume of contrast used was 1.4 mL, with no record of intercurrences. The findings regarding the diameter of the residual dilation, presence of stenoses and/or occlusion of the stentgraft or by-pass were quite similar between the two methods evaluated. In the evaluation of the distal drainage, the two methods did not present significant differences. However, regarding the identification of endoleaks, the conventional ecodoppler was present in 2 patients, allowing the classification of only one of them, while the method associated with CEUS diagnosed endoleaks in 17 patients, characterizing and allowing the classification of all cases. The overall endoleak rate was 68%, with a rate of 58.33% in the open surgical correction group and a rate of 76.92% in the group submitted to an endovascular technique. Within the present sample, when considering ultrasound with microbubble contrast as the reference method, conventional echodoppler has a sensitivity of only 11.76% in detecting endoleaks. Conclusion: Doppler ultrasound with microbubbles proved to be very safe and with superior sensitivity than the conventional method in the diagnosis, characterization and classification of endoleaks in the follow-up after correction by open or endovascular surgery of the popliteal artery aneurysm. In addition to presenting results very similar to the conventional method in measuring the residual diameter of the aneurysmal dilation, in the presence of stenoses and/or occlusions of the stentgraft or by-pass, as well as in the evaluation of the outflow of infragenicular vessels.