Capacitismo, racismo e infância: uma análise das produções acadêmicas da Anped (2015 a 2021)

Abstract

Essa pesquisa teve como objetivo analisar as produções acadêmicas que interseccionam racismo, capacitismo e infância, na Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), para compreender o que está sendo escrito sobre a pessoa negra com deficiência. Foram priorizados como procedimento desta pesquisa o levantamento de produções a partir dos descritores: educação e capacitismo; educação e racismo; educação, racismo e capacitismo; capacitismo, racismo e infância. Esta é uma pesquisa qualitativa, ancorada em Minayo (2015), buscando dialogar com os estudiosos das relações étnico-racial e dos estudos sobre a deficiência como Almeida (2021), Diniz (2003, 2007), Gesser; Block; Mello (2020) e Gomes; Teodoro (2021). Nos resultados não encontramos produções acadêmicas que interseccionam racismo e capacitismo, onde as pesquisas que os envolvem tratam como um combate de lutas individuais, embora ambos sejam estruturais e estruturantes, não podendo haver, desta forma, uma hierarquia entre as lutas identitárias antirracistas e anticapacitista, tendo em vista que estas opressões estão estruturadas no sistema capitalista. Por isso, consideramos importante, enquanto educadores/as, a possibilidade de criar estratégias e propostas pedagógicas que visem valorizar a identidade da pessoa negra com deficiência, para que este mesmo construa uma imagem positiva sobre a sua identidade, afastando-se do imaginário social que o define a partir dos estigmas de inferioridade, subalternidade e de anormalidade presentes socialmente.