Coletivo MãEstudantes/UFSC: articulações, política de permanência materna e institucionalização de demandas

Abstract

Nas últimas décadas, o perfil acadêmico das universidades federais brasileiras vem sendo modificado pelas ações afirmativas, que democratizaram o acesso à universidade e às políticas de permanência a elas atreladas. No passado, o perfil acadêmico era representado na figura de jovens brancos de classe média. Entretanto, atualmente, esse perfil se modificou. Segundo pesquisas da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), realizada em 2014, mais de 50% dos estudantes em Universidades Federais brasileiras são mulheres e, desse percentual, cerca de 13% são mães-estudantes. Para além dos desafios da permanência na universidade, essas mulheres administram a maternidade, as demandas acadêmicas, profissionais e pessoais. Foi para enfrentar essa realidade que um grupo de mães-estudantes organizou-se politicamente no “Coletivo MãEstudantes/UFSC”, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), buscando assegurar políticas específicas para a sua realidade e para que suas vozes fossem ouvidas o que, mesmo com muita dificuldade, conseguiram. Os esforços empregados neste trabalho aspiram documentar as articulações que culminaram na institucionalização de suas demandas.