Transição do cuidado de pacientes com covid-19 em um hospital universitário ao sul do Brasil

Abstract

Introdução: A transição do cuidado consiste em uma estratégia para garantir a transferência segura do paciente entre os serviços de saúde, garantindo a continuidade do cuidado, reduzindo reinternações e custos. Objetivo: Avaliar, na perspectiva de pacientes e cuidadores, a qualidade da transição do cuidado do hospital para o domicílio de pacientes com COVID-19 em um Hospital Universitário. Método: Estudo quantitativo do tipo transversal, realizado em um Hospital Universitário ao Sul do Brasil entre agosto de 2021 e fevereiro de 2022. A amostra foi composta por 78 pacientes que tiveram alta hospitalar após internação por COVID-19. A coleta de dados foi realizada por telefone utilizando um instrumento de caracterização e a versão brasileira do instrumento Care Transitions Measure (CTM – 15). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e analítica, o software Statistical Package for the Social Science (SPSS) versão 25 foi utilizado. Os testes t-Student e Análise de Variância (ANOVA) também foram aplicados, e o nível de significância considerado foi de 95% (p<0,05). Resultados: Os resultados foram organizados em forma de manuscrito. A média da qualidade da transição do cuidado de acordo com o CTM-15 Brasil foi de 70,8 (DP=17) em uma escala linear que varia de zero a 100. O fator com melhor escore foi o referente à preparação para o autogerenciamento da saúde no domicílio e o pior escore foi o referente à elaboração do plano de cuidado. Conclusões: A qualidade da transição do cuidado de pacientes com COVID-19 em um Hospital Universitário tem um nível moderado. As principais fragilidades na transição do cuidado foram em relação ao entendimento dos pacientes acerca dos efeitos colaterais dos medicamentos e ao planejamento do cuidado após a alta hospitalar. Também foram verificadas associações entre a qualidade da transição do cuidado e as características clínicas e sociodemográficas dos participantes. Tendo em vista o contexto pandêmico do estudo, os resultados foram considerados positivos.