Perfil dos recém-nascidos internados em uma unidade intensiva neonatal no Sul do Brasil

Abstract

Introdução: O período neonatal representa um momento de atenção diante do objetivo de redução da mortalidade infantil, considerada uma das missões para o desenvolvimento pela Organização das Nações Unidas (ONU). Cerca de 70% das mortes infantis no Brasil ocorrem nos primeiros 28 dias de vida, sendo a maioria delas na primeira semana. A atenção adequada ao recém-nascido (RN) internado em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIn) é um importante ponto de controle para a redução dos índices de mortalidade infantil. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de neonatos admitidos na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um hospital público no Sul do Brasil. Métodos: Estudo transversal, observacional, retrospectivo e descritivo. Foi efetuada uma coleta de dados de prontuários de todos os recém-nascidos no período de 2019 e 2020. As informações foram tabuladas a partir do programa Microsoft Excel e analisadas por meio do software PSPP versão 1.0. Resultados: Dos 676 recém-nascidos internados na UTI neonatal alvo da análise durante o período, 85,14% tiveram alta, enquanto 9,06% foram transferidos para outros hospitais e 5,77% evoluíram para óbito. O tempo médio de internação foi de 10,26 dias. A média de consultas pré-natal realizadas foi de 6,82, sendo que a mediana de idade das mães foi de 28 anos. Foi verificado que 51,20% dos RNs internados tinham idade gestacional (IG) acima de 37 semanas e 39,84% tinham baixo peso ao nascer (<2500g). Entre os óbitos, a maioria tinha IG entre 22 e 27 semanas e peso abaixo de 1500g. 82% dos óbitos ocorreram nos primeiros seis dias de vida. Conclusão: Em consonância com a bibliografia de referência e o cenário de outras UTIn comparadas, observa-se um número elevado de óbitos em recém-nascidos com baixo peso, confirmando o indicador como um relevante fator de risco de mortalidade neonatal. Há também predominância da mortalidade neonatal precoce dentro do cenário da UTIn de estudo.

Introduction: Neonatal period represents a moment of attention towards the objective of reducing infant mortality, considered one of the missions for development by the United Nations (UN). About 70% of infant deaths in Brazil occur in the first 28 days of life, most of them in the first week. Adequate care for the newborn (NB) admitted to a neonatal intensive care unit (NICU) is an important control point for reducing infant mortality rates. Objective: To describe the epidemiological profile of neonates admitted to the Neonatal Intensive Care Unit of a public hospital in southern Brazil. Methods: A cross-sectional, observational, retrospective, and descriptive study. Data collection was performed from medical records of all newborns in the period of 2019 and 2020. The information was tabulated using the Microsoft Excel program and analyzed using the PSPP software version 1.0. Results: Of the 676 newborns hospitalized in the neonatal ICU that was the subject of the analysis during the period, 85.14% were discharged, while 9.06% were transferred to other hospitals and 5.77% died. The average length of stay was 10.26 days. The average number of prenatal consultations performed was 6.82, and the median age of mothers was 28 years. It was verified that 51.20% of the hospitalized newborns had a gestational age (GA) above 37 weeks and 39.84% had low birth weight (<2500g). Among the deaths, the majority had a GA between 22 and 27 weeks and a weight below 1500g. 82% of the deaths occurred within the first six days of life. Conclusion: In line with the reference bibliography and the scenario of other compared NICUs, a high number of deaths in low birth weight newborns was observed, confirming the indicator as a relevant risk factor for neonatal mortality. There is also a predominance of early neonatal mortality at the studied NICU.