Intervir e elaborar: narrativas de uma experiência na socioeducação

Abstract

Problematizações sobre socioeducação e pesquisa-intervenção se entreteceram neste trabalho que buscou produzir, analisar e acompanhar a formação ética-estética-política de diferentes sujeitos em uma instituição de internação de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas da região da Agronômica na cidade de Florianópolis-SC. A oferta de oficinas de éticas e estéticas foi a escolha metodológica que possibilitou a emergência de diferentes acontecimentos, permitindo a análise de implicação, balizador fundamental às problematizações desenvolvidas. A noção de ?acontecimento?, segundo a perspectiva da filosofia da diferença, foi central à pesquisa, uma vez que a partir das insurgências que irromperam durantes as oficinas, lugares instituídos foram tensionados, bem como os processos das pessoas envolvidas, dando passagem às análises de implicação nas quais a pesquisa se fundamentou. Foram problematizados os lugares sociais destinados aos sujeitos na instituição e sustentada a tese de que se faz necessário pensar a socioeducação como uma prática que implica, para além dos/das jovens aos/às quais as medidas supostamente se destinam, os/as profissionais que compõem a instituição e ali trabalham, de modo a criar uma experiência de si na relação com o outro, com a sociedade, com a vida.

Abstract: Problematizations about social-education and intervention-research were interwoven in this work that sought to produce, analyze and monitor the ethical-aesthetic-political formation of different subjects in a juvenile detention institution in Agronômica district in Florianópolis-SC. The offer of ethical and aesthetic workshops was the methodological choice that enabled the emergence of different events, allowing the analysis of implication, a fundamental guide to the problematizations developed. The notion of ?event?, according to the perspective of the philosophy of difference, was central to the research, since from the insurgencies that erupted during the workshops, established places were tensioned, as well as the processes of the people involved, giving way to the analyses of implication on which the research was based. We problematized the social places destined to the individuals in the institution and we advocate the thesis that it is necessary thinking about socioeducation as a practice that implies, beyond the young people to whom the interventions are supposedly aimed at, the professionals who compose the institution and work there, in order to create an experience of the self in relation to the other, to society, to life.