Assistência pré-natal: cobertura, qualidade e modelo de atenção

Abstract

Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa que seguiu os princípios do método da Teoria Fundamentada em Dados, na versão de Strauss e Corbin. Este estudo integra um recorte dos resultados obtidos a partir do macroprojeto de Pesquisa intitulado “Gestão do cuidado de enfermagem para qualidade da atenção obstétrica e neonatal”. Teve como objetivo analisar a relação existente entre o modelo de assistência pré-natal e a cobertura e a qualidade da atenção. Para realizar a pesquisa foram entrevistados 29 profissionais de saúde, incluindo enfermeiros, médicos e residentes de ambas as profissões, de duas maternidades públicas do município de Florianópolis/SC. A coleta e análise dos dados aconteceram concomitantemente durante o período de julho de 2015 a dezembro de 2016 por meio de entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados foi realizada através do processo de codificação aberta, axial e seletiva, fases distintas, mas complementares e integradas. Na análise dos dados também foi utilizado o mecanismo analítico denominado paradigma, preconizado por Corbin e Strauss. Para a realização do estudo foram consideradas as prerrogativas exigidas pela Resolução nº. 466/2012 e 510/2016, do Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi aprovado por dois Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob o parecer nº. 1.148.080 e parecer nº 1.158.569 e pelas instituições onde a pesquisa foi realizada. A partir da pesquisa realizada e das falas dos profissionais entrevistados foi possível identificar que o pré-natal tem ampla abrangência no seu atendimento, porém, na maioria das vezes, não é de qualidade, uma vez que o modelo tecnocrático ainda persiste na assistência pré-natal. Os profissionais dão mais importância para exames e procedimentos e deixam a desejar nas orientações, preparo para o parto e nascimento e o subjetivo das gestantes torna-se negligenciado. Concluindo, o pré natal mesmo com um alto nível de adesão está sendo ineficaz já que as gestantes chegam para o momento do parto despreparadas. Por isso, é preciso investir na formação acadêmica/atualização do conhecimento dos profissionais da saúde, com base em evidências científicas e no cuidado centrado no usuário.