Estudo comparativo de práticas de promoção da saúde na atenção primária em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil e Girona, Catalunha, Espanha.

Abstract

Introdução: A moderna promoção da saúde defende a capacitação das pessoas para atuar na melhoria da qualidade de vida. Este ideário tem sido fundamental para avançar nas reflexões sobre promoção da saúde, apesar das ambiguidades em que predomina dois discursos um com ênfase no modelo biológico e mudança dos estilos de vida e a outro que estimula a emancipação das pessoas para transformação da realidade.Objetivos: Compreender as práticas de promoção da saúde desenvolvidas em unidades de atenção primária em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil e Girona, Catalunha, Espanha. Metodologia: Pesquisa de abordagem qualitativa, exploratória, descritiva realizada nos Distritos de Saúde da Atenção Primária dos municipios envolvidos, no período entre 2021 a 2022. Para a coleta de dados utilizou-se documentos públicos em sites oficiais, relatórios do sistema de saúde e oito entrevistas semiestruturadas aberta em profundidade, com enfermeiros representantes dos Distritos de Saúde dos munícipios envolvidos. Os dados foram avaliados a partir da análise temática e basearam-se nas concepções de promoção da saúde da Carta de Ottawa 1986. Ambos os estudos foram aprovados pelos respectivos comitês de ética das Universidades envolvidas.Resultados: Tanto em Florianópolis como em Girona, a maioria dos profissionais não recebeu formação específica sobre promoção da saúde. No que tange as práticas de promoção da saúde, tanto em Florianópolis como em Girona identificou-se que os participantes reconhecem uma potente relação com as atividades de educação em saúde mas com a pandemia houve redução. Em ambos, as práticas de promoção da saúde são direcionadas para atividades individuais e coletivas, doenças crônicas, redução de danos e grupos específicos. A motivação para atuar provém do trabalho interdisciplinar e das demandas oriundas da população. Considerações Finais: Em relação à temática do estudo, percebeu-se a dificuldade de romper com o modelo hegemônico de atenção em saúde, predomina a corrente behaviorista e desconhecem ou resistem os princípios da concepção moderna de promoção da saúde. Ainda existem muitas limitações no que se refere à incorporação da promoção da saúde como elemento retro-alimentador no planejamento das ações e da prática participativa com a comunidade.