Abstract:
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Introdução: A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) foi a maior emergência de saúde pública que o mundo enfrentou em décadas. Além das preocupações quanto à saúde física do profissional da área da saúde, a COVID-19 trouxe também discussões e preocupações quanto à saúde mental desses profissionais. Com isso, a utilização de bases de dados sobre as condições de trabalho provenientes dos serviços de saúde vem crescendo no Brasil, como fundamentação para elaboração de políticas públicas de saúde e gestão desses serviços. Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo identificar os principais fatores de riscos de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) e impactos ergonômicos e sociotécnicos presentes em hospitais públicos de Santa Catarina, em função das novas demandas surgidas com a pandemia causada pela COVID-19, por meio de uma pesquisa exploratória envolvendo profissionais da saúde. A intenção é contribuir com o processo de gestão de riscos relacionados à SST, na busca da melhoria contínua da qualidade dos serviços de saúde pública e, consequentemente, de ambientes de trabalho mais saudáveis. Método: Propõe-se como procedimento metodológico a aplicação do questionário Workplace Health Management (HOGE et al., 2019) em hospitais públicos de Santa Catarina, para reconhecimento das medidas implementadas sobre a promoção da saúde no trabalho, saúde e segurança, desenvolvimento pessoal e gestão de reintegração de trabalhadores da saúde, além de entrevistas com profissionais da saúde, para posterior Análise de Conteúdo. Resultados: Como resultados foi evidenciado que com a COVID-19 os hospitais tiveram que se readaptar com a nova realidade e resolver pendências que já eram necessárias antes da pandemia. Com isso, os profissionais de saúde ressaltaram que após a pandemia se estabilizar no país, as novas políticas de saúde pública se intensificaram, como por exemplo, uma maior cobrança na utilização de EPIs durante todo o horário de trabalho. Como exemplo, a utilização de máscaras além de ser utilizada pelos profissionais, também passou a ser utilizada por todos os funcionários e pacientes. Sobre a saúde mental dos trabalhadores, as palavras “estresse”, “gestão de EPI” e “aumento da demanda” foram as mais utilizadas pelos profissionais de saúde. Ainda, foi feita uma analogia à situação pós-pandemia com uma situação pós-guerra, pois após se estabilizar a COVID-19, os profissionais da saúde estão tendo maiores demandas de afastamentos por exaustão mental do que por exaustão física ou contaminação. Conclusão: Por fim, com a realização dessa pesquisa exploratória, é possível fazer uma análise sobre as novas demandas nos serviços de saúde pública e auxiliar ainda no processo de gestão de riscos hospitalares em direção a soluções mais sustentáveis, na busca da melhoria contínua da qualidade desses serviços, alinhado ao planejamento de ações concretas ao controle eficaz da contaminação hospitalar no Brasil. |