Abstract:
|
A Araucaria angustifolia apresenta-se como espécie chave dentro do planalto catarinense, uma vez que desempenha diferentes papéis dentro do setor econômico, social e ambiental. Esses indivíduos possuem muitas potencialidades relacionadas as suas propriedades madeireiras e não madeireiras. Uma modalidade que engloba essas possibilidades e que vem sendo aplicado na região do planalto de Santa Catarina com recorrência é o sistema agroflorestal. Como característica dessa prática, nota-se a existência de araucárias vinculadas com outras espécies arbóreas, como erva-mate e bracatinga, podendo ainda ser associada a pecuária. Propriedades que desenvolvem essas atividades apontam um crescente adensamento dos indivíduos decorrente da impossibilidade de extração, em vista a legislação de conservação da espécie. Como consequência, afeta-se a produção de pinhão e outras atividades desenvolvidas no sub-bosque dos sistemas agroflorestais. Logo, através de sensoriamento remoto se buscou compreender a dinâmica natural e antrópica dessas regiões, evidenciando ganhos e perdas de áreas florestais com o objetivo de entender a dinâmica da araucária entre 1985 e 2020. Se salienta que os estudos realizados fazem parte de um projeto mais amplo, financiado pela FAPESC, que visa compreender não só a dinâmica espaço-temporal da espécie, mas também outras áreas de interesse ligadas a produção de pinhão no planalto catarinense. Sequencialmente, a plataforma utilizada para obtenção de dados foi o MapBiomas, Coleção 6.0, com base em imagens do programa Landsat. Ainda, visando uma análise mais aprofundada, se escolheram cinco municípios para avaliação de propriedades que possuem sistemas agroflorestais vinculados a produção de pinhão, sendo esses: Bom Jardim da Serra, Painel, São Joaquim, Urubici e Urupema. Por meio dessas ferramentas de análise e áreas de estudo, foi possível visitar 17 propriedades rurais e conhecer a realidade de alguns agricultores regionais. Além disso, observou-se que, tanto para o planalto catarinense como para os cinco municípios enfocados houve uma diminuição nas áreas naturais, campos e florestas, e em contrapartida, atividades humanas ganharam mais espaço, com destaque em agricultura, pastagem e silvicultura. Além disso, a mesma tendência foi observada em 59% das propriedades visitadas, sendo Painel o representante com maiores perdas, em nível municipal e de propriedade. Já São Joaquim apresentou comportamento diferente, apresentando majoritariamente valores positivos em relação as áreas florestais. De forma geral, apesar do adensamento relatado, as áreas analisadas demonstram uma diminuição da cobertura florestal, com poucas exceções, quando comparo 1985 e 2020. |