Considerações sobre o racismo no Brasil: raça, branquitude e vidas negras

Abstract

A partir de Maria Lugones, Lia Vainer Schucman e Lélia Gonzalez, o presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo refletir a respeito das relações raciais no Brasil, compreender o lugar da pessoa branca na produção e manutenção do racismo, a fim de compreender como as estruturas de poder racializam indivíduos e como as categorias raça e gênero são instrumentalizadas para violentar e ocultar determinadas corporeidades. Os conceitos desenvolvidos pelas três pensadoras, que em distintas temporalidades históricas estão comprometidas com as vidas pelas quais suas publicações são atravessadas, recusam os significados estruturados pelo poder. Lugones, Schucman e Gonzalez, a partir da noção da colonialidade de gênero, de branquitude e de amefricanidade, tecem estratégias discursivas de resistência ao construir novas semânticas, em novos terrenos epistemológicos. O entrelaçamento entre as vozes das três autoras aponta para a busca de uma lógica subversiva, necessária para desmontar as estruturas propagadoras de opressões e enfrentamento do racismo, assumindo uma responsabilidade coletiva, saindo da lógica culpabilizadora e compreendendo o lugar da pessoa branca na luta anti-racista, numa postura política e ética em defesa da vida e das diferenças.

Based on Maria Lugones, Lia Vainer Schucman and Lélia Gonzalez, this course conclusion work aims to reflect on racial relations in Brazil, to understand the place of the white person in the production and maintenance of racism, in order to understand how the structures of power racialize individuals and how the categories of race and gender are instrumentalized to violate and hide certain corporeities. The concepts developed by the three thinkers, who in different historical temporalities are committed to the lives through which their publications are crossed, refuse the meanings structured by power. Lugones, Shucman and Gonzalez, based on the notion of coloniality of gender, whiteness and Africanness, weave discursive strategies of resistance by building new semantics, in new epistemological terrains. The intertwining between the voices of the three authors points to the search for a subversive logic, necessary to dismantle the propagating structures of oppression and confrontation of racism, assuming a collective responsibility, leaving the blaming logic and understanding the place of the white person in the anti-government struggle. racist, in a political and ethical posture in defense of life and differences.