Doença do disco intervertebral cervical: revisão de literatura

Abstract

A doença do disco intervertebral é uma enfermidade neurológica comumente descrita em cães. As raças pequenas e condrodistróficas geralmente são as mais acometidas. Essas discopatias podem ser classificadas em dois tipos principais, Hansen tipo I, quando ocorre uma extrusão, ou Hansen tipo II, quando ocorre uma protusão do disco para o interior do canal vertebral promovendo uma compressão da medula espinhal e gerando o aparecimento de sinais neurológicos. A localização e quantidade da extrusão ao longo do canal vertebral irá refletir nos sinais clínicos, podendo variar desde desconforto leve sem déficit neurológico, claudicação, monoparesia a tetraplegia, levando a perda da propriocepção ou até a percepção dolorosa. O diagnóstico presuntivo de DDIV cervical pode ser obtido através da anamnese, exame físico e neurológico, histórico médico do paciente, predisposição racial, apresentação de sinais neurológicos e exames complementares, como radiografias simples, mielografia, tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética. A partir disso será definido se o tratamento da doença vai ser clínico ou cirúrgico. Os princípios do tratamento clínico são confinamento, limitação da atividade física por quatro a seis semanas, usar medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos ou miorrelaxantes para controle da dor. O procedimento cirúrgico mais utilizado para descompressão medular cervical é o de slot ou fenda ventral. O prognóstico geralmente está relacionado ao grau de dano neurológico presente e a conduta adotada. O presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre a doença do disco intervertebral cervical, descrevendo a anatomia envolvida, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento, recuperação e prognóstico.

Intervertebral disc disease is a neurological disorder commonly described in dogs. Small and chondrodystrophic breeds are usually the most affected. These discopathies can be classified into two main types, Hansen type I, when it causes an extrusion, or Hansen type II, when it causes a disc protrusion into the spinal canal, promoting a compression of the spinal cord generating the appearance of neurological signs. The location and amount of extrusion along the spinal canal will reflect on clinical signs, which can range from mild discomfort without neurological deficit, claudication, monoparesis to quadriplegia, leading to loss of proprioception or even pain perception. The presumptive diagnosis of cervical IVDD can be obtained through anamnesis, physical and neurological examination, the patient's medical history, breed predisposition, presentation of neurological signs and complementary tests, such as plain radiographs, myelography, computed tomography and/or magnetic resonance imaging. From this, it will be defined whether the treatment of the disease will be clinical or surgical. The principles of clinical treatment are confinement, limitation of physical activity for four to six weeks and use of anti-inflammatory drugs, analgesics or muscle relaxants to control pain. The most used surgical procedure for cervical spinal decompression is the ventral slot or cleft. The prognosis is usually related to the degree of neurological damage present and the adopted course of action. The present work aims to review the literature on cervical intervertebral disc disease, describing the anatomy involved, etiology, pathophysiology, clinical manifestations, diagnosis, treatment, recovery and prognosis.