Abstract:
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Introdução: As mudanças demográficas vivenciadas mundialmente apontam um futuro cenário de prevalência da população idosa. A teleconsulta de Enfermagem ganhou destaque no Brasil com o advento da pandemia do novo coronavírus, sendo regulamentada pelo Conselho Federal de Enfermagem pelas Resoluções 634/2020 e posteriormente pela 696/2022, que instituiu a Telenfermagem no Brasil. Objetivos: Compreender a percepção dos enfermeiros sobre a aplicabilidade da teleconsulta de enfermagem ao idoso na Atenção Primária à Saúde de Florianópolis; e conhecer os desafios envolvidos nessa prática. Método: Trata-se de estudo exploratório-descritivo de abordagem qualitativa. Os participantes da pesquisa foram profissionais enfermeiros atuantes na Atenção Primária à Saúde do município de Florianópolis. Os locais do estudo foram os 12 Centros de Saúde com maior quantitativo de idosos no município. A coleta de dados foi realizada com os profissionais no período de março a abril de 2022, guiada por roteiro semiestruturado com questões abertas. A análise de dados foi realizada segundo o método de Análise Temática por Minayo. Resultados: Participaram 30 enfermeiros, de ambos os sexos, com idades variadas entre 28 e 54 anos. Os resultados foram divididos em cinco categorias temáticas: teleconsulta na prática profissional; fragilidades; potencialidades; a visão dos idosos sobre a teleconsulta na percepção dos enfermeiros; e sugestões para a realização de teleconsultas ao idoso. Em relação as tecnologias mais utilizadas foram encontradas o WhatsApp e os formulários (46,6%), seguidos da videochamadas e ligações telefônicas (23,3%). Com relação as potencialidades, os resultados apontaram que facilitou o acesso do idoso ao serviço de saúde (23,3%), garantiu a segurança e promoveu maior proteção ao idoso em relação a transmissão do coronavírus na pandemia (26,6%), trouxe vantagens relacionadas a locomoção (23,3%) e proporcionou a continuidade do cuidado ao idoso na atenção primária (20%). Na categoria fragilidades, destacam-se as dificuldades referentes ao uso das tecnologias por parte dos idosos durante as teleconsultas (60%), que remete a necessidade de auxílio de familiares (26,6%); dificuldades na comunicação (26,6%), e as vulnerabilidades sociais (20%) que trouxeram reflexões sobre a teleconsulta. Diante da questão clínica, as fragilidades apontadas foram dificuldades em realizar exame físico e avaliações de saúde (20%) e a falta de tempo para executar a teleconsulta de enfermagem (20%). Considerações finais: A teleconsulta de enfermagem trouxe diversas contribuições, entre elas, facilitou e garantiu agilidade no acesso ao serviço de saúde, manteve o vínculo com pacientes e familiares, e permitiu a continuidade do cuidado aos idosos durante a pandemia. Entretanto, as fragilidades ainda são presentes, uma vez que, é considerada uma ferramenta nova para os profissionais da saúde e também para a população, que ainda é pouco utilizada na prática clínica. |