Períodos de interferência de plantas daninhas na cultura do alho

Abstract

O desenvolvimento de plantas daninhas na cultura do alho decorre do fato da cultura possuir uma arquitetura de planta diferenciada, com crescimento ereto, folhas estreitas e alongadas proporcionando maior incidência solar sobre o solo, acarretando em maior desenvolvimento de plantas indesejáveis e posteriormente perda de produtividade. Entretanto, no cenário mundial o Brasil destaca-se como um dos maiores consumidores de alho per-capita e o estado de Santa Catarina como um dos maiores produtores. A presente pesquisa teve como objetivo avaliar os períodos de interferência de plantas daninhas na cultura do alho. O experimento foi conduzido a campo em área comercial no município de Curitibanos, SC, nos anos de 2019 e 2020 entre os meses de julho a dezembro, em delineamento de blocos casualizados, com 16 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial 2x8, onde primeiro fator refere se aos períodos de controle (PTPI) e períodos de convivência (PAI) e o segundo aos oito períodos de tempo entre controle e convivência das plantas daninhas com a cultura (0, 15, 30, 45, 60, 90, 120 dias após a emergência – DAE e ciclo todo). A cultivar utilizada na safra de 2019 foi a Chonan, e no ano seguinte (2020) a cultivar Ito. No alho foi avaliado o número e diâmetro de bulbos e a produtividade de bulbos total e comerciais. Já para as plantas daninhas avaliou-se a densidade e acúmulo de massa seca. Poa annua, Lolium multiflorum, Soliva pterosperma, Sisyrinchium sp., Senecio brasiliensis, Ipomoea spp. e Euphorbia heterophylla foram algumas das plantas daninhas que mais infestaram a cultura. As perdas médias de produtividade total e de bulbos comerciais quando não ocorre o controle de plantas daninhas ao longo de todo o ciclo do alho nos anos de 2019 e 2020 são de 24,3% e 28,9%, respectivamente. O período crítico de prevenção a interferência para produtividade total foi de 6 a 126 DAE no ano de 2019 e de 5 a 126 DAE em 2020, de bulbos comerciais foi de 3 a 126 DAE e 5 a 126 DAE, respectivamente. Assim conclui-se, com base nos dois anos de experimento, que a cultura deve permanecer livre da presença de plantas daninhas por praticamente todo o seu ciclo.

The development of weeds in garlic is due to the fact that the culture has a different plant architecture, with erect growth, narrow and elongated leaves providing greater sunlight on the soil, resulting in greater development of undesirable plants and later loss of productivity. However, on the world stage, Brazil stands out as one of the largest consumers of garlic per capita and the state of Santa Catarina as one of the largest producers. The present research aimed to evaluate the periods of weed interference in the garlic crop. The experiment was carried out in the field in a commercial area in the municipality of Curitibanos/SC, in the years 2019 and 2020 between the months of July and December, in a randomized block design, with 16 treatments and 4 replications. The treatments were arranged in a 2x8 factorial scheme, where the first factor refers to the control periods (PTPI) and coexistence periods (PAI) and the second to the eight periods of time between weed control and coexistence with the crop (0, 15, 30, 45, 60, 90, 120 days after emergence – AED and entire cycle). The cultivar used in the 2019 crop was Chonan, and in the following year (2020) the cultivar Ito. In garlic, the number and diameter of bulbs and the productivity of total and commercial bulbs were evaluated. As for the weeds, the density and accumulation of dry mass were evaluated. Poa annua, Lolium multiflorum, Soliva pterosperma, Sisyrinchium sp., Senecio brasiliensis, Ipomoea spp. and Euphorbia heterophylla were some of the weeds that most infested the crop. The average losses of total productivity and commercial bulbs when there is no weed control throughout the garlic cycle in the years 2019 and 2020 are 24.3% and 28.9%, respectively. The critical period of interference prevention for total productivity was from 6 to 126 DAE in the year 2019 and from 5 to 126 DAE in 2020, for commercial bulbs it was from 3 to 126 DAE and 5 to 126 DAE, respectively. Thus, based on the two years of experiment, it is concluded that the culture must remain free from the presence of weeds for practically its entire cycle.