Análise da tendência da prevalência de obesidade, sobrepeso e baixo peso em escolares de 7 a 14 anos de Florianópolis-SC: estudo de painéis transversais de 2002 a 2019

Abstract

Objetivo: Analisar a tendência da prevalência de obesidade, sobrepeso e baixo peso em escolares brasileiros de 7 a 14 anos entre 2002 e 2019 e comparar as classificações segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e International Obesity Task Force (IOTF). Método: Foram conduzidos levantamentos em 2002 (n=2936), 2007/08 (n=2826), 2012/13 (n=2469) e 2018/19 (n=1544) com escolares de 7 a 14 anos de uma capital do sul do Brasil. O status de peso foi classificado segundo critérios da OMS (baixo peso escore-z < 2; sobrepeso (incluindo obesidade) escore-z ≥ +1; sobrepeso (excluindo obesidade) escore-z ≥ +1 e < +2 e obesidade escore-z ≥ +2) e IOTF (baixo peso < Centil (C)-18,5 kg/m²; sobrepeso (incluindo obesidade) ≥ C-25 kg/m²; sobrepeso (excluindo obesidade) ≥ C-25 kg/m² e < C-30 kg/m² e obesidade ≥ C-30 kg/m²). As variáveis foram apresentadas segundo frequência absoluta e relativa. O significado estatístico foi apreciado por meio dos intervalos de confiança de 95%, teste qui-quadrado de heterogeneidade ou de tendência ou teste exato de Fisher. Resultados: Nas crianças (7 a 10 anos), observou-se aumento da obesidade na amostra total, em escolas públicas, principalmente em meninos, tendência também observada nas prevalências de sobrepeso (incluindo obesidade). Nas crianças de escolas privadas, houve redução do sobrepeso (excluindo obesidade) entre 2002 e 2018/19. Com relação aos adolescentes (11 a 14 anos), verificou-se aumento do sobrepeso incluindo e excluindo obesidade no sexo feminino entre 2007/08 e 2018/19 e redução da obesidade na amostra total após 2012/13. Nos adolescentes de escolas públicas houve redução da obesidade e do baixo peso a partir de 2012/13. Prevalências superiores de sobrepeso e obesidade foram observadas segundo a OMS em comparação com a IOTF. Conclusão: Foi observado aumento das prevalências de obesidade e sobrepeso em uma capital do sul do Brasil, especialmente entre crianças da rede pública de ensino. Redução da prevalência de baixo peso entre adolescentes de escolas públicas também foi encontrada.