Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo: uma revisão narrativa da literatura

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Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo: uma revisão narrativa da literatura

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Título: Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo: uma revisão narrativa da literatura
Autor: Curtarelli, Vitória Damo
Resumo: Introdução: O transtorno alimentar restritivo evitativo (TARE) foi apresentado como categoria diagnóstica na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), substituindo e estendendo a categoria de “Transtornos Alimentares da Primeira Infância” presente na edição anterior. O TARE caracteriza-se pelo fracasso persistente em satisfazer as necessidades nutricionais e/ou energéticas apropriadas, associado à perda de peso significativa, insucesso em obter ganhos adequados e esperados ou atraso no crescimento, deficiência nutricional, dependência de terapia nutricional enteral ou suplementação nutricional oral e / ou interferência acentuada no funcionamento psicossocial, não estando associado a preocupações com peso ou forma, indisponibilidade de alimento ou práticas culturalmente aceitas. Indivíduos com TARE podem limitar a ingestão e variedade de alimentos por aparente falta de interesse em comer, exibir um comportamento alimentar evitativo com base nas características sensoriais dos alimentos e/ou por preocupação com as consequências aversivas de comer; estudos sobre bases neurobiológicas do TARE apoiam a hipótese de um modelo tridimensional que fundamenta e explica as três principais apresentações clínicas do TARE: alterações neurobiológicas na percepção sensorial, apetite homeostático e sistemas de valência negativa, capazes de criar um ambiente negativo e estressante em torno do alimento. Por ser um diagnóstico relativamente novo e representar um campo ainda emergente de estudo, a compreensão limitada acerca da alimentação evitativa e restritiva dificulta o tratamento e manejo adequados, com impacto no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, nutrição e funcionamento psicossocial destes indivíduos. Objetivos: sumarizar os avanços recentes na compreensão do TARE, abrangendo epidemiologia, fisiopatogenia, características clínicas, avaliação e tratamento, bem como identificar as lacunas atuais na literatura acerca desta patologia. Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa, consultando as bases de dados Pubmed/Medline, Scopus e Google Scholar (último acesso em 11 de novembro de 2021), além de busca manual baseada nas referências bibliográficas de artigos selecionados. Conclusão: A operacionalização dos critérios diagnósticos para a compreensão do TARE como entidade nosológica foram um avanço de grande importância. Os fenótipos do TARE apresentam semelhanças e diferenças, com impacto no perfil clínico, curso e abordagens terapêuticas. Estudos epidemiológicos adicionais delineados para avaliar o curso do TARE fazem-se necessários para uma melhor compreensão dos mecanismos que conduzem à evitação/restrição alimentar, propiciando a criação de ferramentas específicas de rastreio e avaliação. Igualmente, a crescente compreensão do TARE viabilizará o desenvolvimento de tratamentos para otimizar resultados a este subgrupo de pacientes com transtornos alimentares restritivos.Introduction: Avoidant Restrictive Food Intake Disorder was introduced as a diagnostic category in the fifth edition of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V), replacing and extending the category of “feeding disorder of infancy or early childhood” present in the previous edition. ARFID is characterized by a persistent failure to meet adequate nutritional and/or energy needs, associated with significant weight loss, failure to achieve adequate and expected weight gains or delay in growth, nutritional deficiency, dependence on enteral nutritional therapy or oral nutritional supplementation and/or marked interference with psychosocial functioning, not being associated with weight or shape concerns, lack of available food or culturally accepted practices. Individuals with ARFID may limit food intake and variety due to an apparent lack of interest in eating, display avoidant eating behavior based on sensory characteristics of foods and/or out of concern about the aversive consequences of eating. Studies on the neurobiological basis of ARFID support the hypothesis of a three-dimensional model that explains the three main clinical presentations of ARFID: neurobiological changes in sensory perception, homeostatic appetite and negative valence systems, capable of creating a negative and stressful environment around food. Objectives: to summarize recent advances in the understanding of ARFID, covering epidemiology, pathophysiology, clinical features, assessment and treatment, as well as to identify current gaps in the literature on this pathology. Methods: A narrative review was carried out, consulting the Pubmed/Medline, Scopus and Google Scholar databases (last accessed November 11, 2021), in addition to a manual search based on the bibliographic references of selected articles. Conclusion: The operationalization of the diagnostic criteria for the understanding of ARFID as a nosological entity was a major advance. ARFID phenotypes show similarities and differences, with impact on the clinical profile, course and therapeutic approaches. Additional epidemiological studies designed to assess the course of ARFID are necessary for a better understanding of the mechanisms that lead to food avoidance/restriction, providing the creation of specific screening and assessment tools. As well, the increasing understanding of ARFID will enable the development of treatments to optimize outcomes for this subgroup of patients with restrictive eating disorders.
Descrição: TCC(graduação)- Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Nutrição.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/232499
Data: 2022-03-21


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