A morte como um mal de privação

Abstract

Buscamos através desta pesquisa discutir a tese de que a morte pode ser um mal para o indivíduo que faleceu e, mais especificamente, um mal de privação. Para isso, dividimos nossa discussão em três capítulos. No primeiro capítulo, realizamos duas tarefas. Primeiro, explicitamos o conceito de dano e mostramos a plausibilidade da Teoria Comparativista Contrafactual do Dano. Segundo, abordamos o conceito de valor prudencial, apresentando as três principais teorias de bem-estar, a saber, o hedonismo, a teoria da satisfação dos desejos e as teorias de lista objetiva. No segundo capítulo, explicitamos no que consiste a tese comparativista sobre o mal da morte, assim como os principais problemas acerca da comparação correta para avaliação da morte, a saber, o problema epistemológico, o problema metafísico e o problema da sobredeterminação. Por fim, no último capítulo nós analisamos as defesas do comparativismo acerca dos desafios epicuristas, a saber, o desafio da falta de dano, o desafio do tempo e o desafio da falta de um sujeito.

Abstract: In this work we seek to discuss the thesis that death can be an evil for the individual who died and, more specifically, an evil of deprivation. To reach this aim, we divided our discussion into three chapters. In the first chapter, we performed two tasks. First, we explain the concept of harm and show the plausibility of the Comparative Counterfactual Theory of Harm. Second, we approach the concept of prudential value, presenting the three main theories of well-being, namely, hedonism, the desire-fulfillment theory and the objective list theories. In the second chapter, we explain what the comparative thesis on the evil of death consists of as well as the main problems about the correct comparison for evaluating death, namely, the epistemological problem, the metaphysical problem and the problem of overdetermination. Finally, in the last chapter, we analyzed the argument for comparativism about the Epicurean challenges, namely, the challenge of the lack of damage, the challenge of time and the challenge of the lack of a subject.