Dieta e ingestão de resíduos sólidos em tartarugas marinhas das espécies C. mydas e C. caretta no Sul do Brasil

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Dieta e ingestão de resíduos sólidos em tartarugas marinhas das espécies C. mydas e C. caretta no Sul do Brasil

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Title: Dieta e ingestão de resíduos sólidos em tartarugas marinhas das espécies C. mydas e C. caretta no Sul do Brasil
Author: Tiburski, Paula Sena Trombini
Abstract: O presente estudo teve como objetivo analisar o conteúdo gastrointestinal de tartarugas marinhas das espécies C. caretta e C. mydas encontradas mortas na ilha de Santa Catarina, Brasil, no período compreendido entre abril de 2018 e setembro de 2019. Durante a necropsia, o trato gastrointestinal foi retirado inteiro, desde a cavidade oral até a porção final do reto, para análise. Os hábitos alimentares de ambas as espécies foram analisados através do conteúdo recuperado do trato gastrointestinal, de forma a identificar taxonomicamente os itens orgânicos e descrever a ingestão de resíduos antropogênicos. De 38 indivíduos coletados coletados e analisados quanto ao seu conteúdo gastrointestinal, 14 eram da espécie C. caretta e 24 da espécie C. mydas. Todas as tartarugas-verdes eram juvenis, sendo 14 fêmeas e 10 machos. Dentre as tartarugas cabeçudas, 4 eram fêmeas adultas e 4 eram juvenis, 1 macho adulto e 2 juvenis, além de 3 indivíduos de sexo indeterminado devido ao avançado estado de autólise das gônadas. Dos 38 tratos gastrointestinais, 5 estavam vazios, sendo 4 de tartarugas-cabeçudas e 1 de tartaruga-verde, além de 24 indivíduos no total que sofreram interação antrópica por ingestão de resíduos sólidos. A herbivoria foi predominante para a tartaruga-verde, no entanto, observou-se considerável plasticidade alimentar, onde esta espécie também se alimentou de outras fontes nutricionais. Das 24 tartarugas verdes que tiveram seu conteúdo gastrointestinal analisado, 21 (87,5%) continham macroalgas (Pterocladiella capillacea, Hypnea musciformis, Sargassum sp, Ulva fasciata, Pterosiphonia sp, Codium sp., Arthocardia gardneri, Spartina sp.), 7 estavam com fragmentos de conchas de moluscos (29,1%), 1 com fragmentos de peixes (4,1%) e 18 ingeriram resíduos sólidos de origem antrópica (75%). Já nas tartarugas cabeçudas, de 14 indivíduos analisados, 6 estavam com fragmentos de conchas de moluscos (42,8%), 9 com fragmentos de peixes (64,2%), 7 com fragmentos de crustáceos (50%) e 5 continham resíduos sólidos (35,7%). Não houve, no entanto, diferença significativa entre a causa da morte de origem antrópica ou por doença crônica. Possivelmente, itens de origem animal sejam incluídos na dieta de C. mydas para suprir a demanda energética necessária, sobretudo em águas frias. Embora não tenham ocorrido diferenças significativas entre a causa da morte e o volume de lixo ingerido, a interação com resíduos sólidos, por si só, tem potencial para desencadear um processo de debilidade crônica, levando os animais a óbito, independente de causas subjacentes. A crescente presença de resíduos de origem antrópica em áreas de ocorrência de tartarugas marinhas coloca em risco a conservação destes animais. Devido à complexidade do problema, é necessária a inclusão de todos os segmentos da sociedade, com a elaboração de estratégias de mitigação e criação de políticas públicas que garantam a sustentabilidade do meio ambiente e da economia.
Description: TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia.
URI: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/228593
Date: 2021-09-16


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