"Abre alas que eu quero passar”: a invisibilidade de Chiquinha Gonzaga e a importância da preservação do patrimônio cultural brasileiro

Abstract

Chiquinha Gonzaga foi uma grande musicista com vasta contribuição à construção da identidade musical brasileira. Seus feitos extrapolam o contexto musical, entretanto, como muitas mulheres que tiveram um protagonismo na história sua atuação ficou de certa forma “apagada”. O acesso à riqueza da história desta mulher foi possível por causa de organismos responsáveis pela salvaguarda de documentos. Levando em consideração essa percepção, esta pesquisa tem como objetivo investigar a relevância dos registros de informação sobre Chiquinha Gonzaga para um maior conhecimento das questões de gênero e raciais na cultura brasileira. Como fundamentação metodológica foi utilizada a Teoria das Representações Sociais (TRS) e como instrumento a coleta de narrativas a partir de entrevistas semiestruturadas. Utilizou-se como ferramenta a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) para o tratamento e análise das entrevistas. A partir dos relatos, compreende-se a importância de darmos visibilidade e incentivo a estudos que retirem a invisibilidade de mulheres na história. Pode-se perceber o quanto de Chiquinha foi apagado para que sua história coubesse na narrativa que julgassem correta, portanto, frisamos o quão importante são seus registros para revelar suas contribuições significativas, bem como o que a fez se tornar emblema de lutas atuais. Por fim, destaca-se a importância de conhecermos nosso passado para produção de mudanças significativas em nossa realidade, bem como reconhecer que muitos foram negligenciados na história, mas foram imprescindíveis para abrir espaços à diversidade.