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Este trabalho de conclusão de curso teve por objetivo analisar de que modo a
maternidade, enquanto um processo de significação social e cultural de gênero e de
sexualidade, é narrada por estudantes mães nos textos de Agradecimento dos
Trabalhos de Conclusão do Curso de Pedagogia da UFSC, entre 2015 e 2018. O
estudo é parte de uma pesquisa maior já concluída, que analisou repertórios culturais
de gênero e outros marcadores sociais nos materiais acima referidos. Nas pesquisas, o
gênero textual Agradecimentos foi entendido como uma prática cultural e acadêmica,
cujo caráter autoral dos discursos de gratidão possibilitam pensar tanto nas condições
que possibilitam sentir e expressar esta gratidão, principalmente do recorte escolhido
para este trabalho, que privilegia as narrativas das estudantes mães destinadas aos
seus filhos, filhas, cônjuges e/ou companheiros. Para tal, inicialmente, foi realizada uma
revisão bibliográfica a fim de contextualizar historicamente a trajetória das mulheres e
sua relação com os ideais maternos socialmente estabelecidos, bem como as
conquistas femininas na esfera pública, no ambiente universitário e as dificuldades em
conciliar as demandas domésticas e acadêmicas. A partir do mapeamento da pesquisa
maior, foram encontrados 46 Agradecimentos de estudantes que se identificaram
enquanto mães, nos quais foi possível observar as principais recorrências nesses
discursos, as quais possibilitaram tecer focos de análise, a saber: 1) A família, por meio
da gratidão endereçada aos filhos, filhas, cônjuges e companheiros; 2) Idealização
materna: Nasce uma mãe, nasce uma culpa; 3) Foi por vocês e para vocês, em que
filhos e filhas são narrados/as como motivadores/as; 4) Gratidão à rede de apoio. A
partir das análises culturais foram observados atravessamentos de discursos
hegemônicos de maternidade e família e as estratégias individuais encontradas para
contornar as dificuldades, permitindo discussões acerca de possíveis garantias de
acesso e permanência às mães universitárias. |
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