Produção do camarão-branco-do-pacífico em sistema de bioflocos com diferentes estratégias de manejo alimentar

Abstract

Os efeitos da alimentação na qualidade da água e no crescimento do camarão são fatores importantes a serem considerados, mais ainda quando se lida com sistemas superintensivos e dominados por bioflocos. Com isso, se torna necessário uma maior atenção nos ajustes das taxas de alimentação para a produção de camarão nesse sistema. O objetivo deste estudo foi definir o melhor modelo para o ajuste nas quantidades de ração a serem fornecidas na criação do camarão-branco-do-pacífico (Litopenaeus vannamei) em sistema de bioflocos. O experimento, com duração de 60 dias, foi realizado no Laboratório de Camarões Marinhos. Os camarões foram povoados com peso inicial de 4,21±0,09 g na densidade de 250 camarões m-3, e alimentados seguindo duas metodologias. A primeira seguiu a tabela de Van-Wyk, considerando as taxas mínimas e máximas de ração para as médias de peso dos camarões. A segunda foi de acordo com dois valores estimados do cálculo de conversão alimentar, baseado na metodologia determinada por Yta. Foi adotado um delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC), composto por 4 tratamentos com 4 repetições: MAX ? Taxa máxima de arraçoamento de acordo com a tabela de Van-Wyk, MIN- Taxa mínima de arraçoamento de acordo com a tabela de Van-Wyk, C.A 1.1 ? Taxa de arraçoamento com cálculo de conversão alimentar estimada em 1,1, e C.A 1.5 - Taxa de arraçoamento com cálculo de conversão alimentar estimada em 1,5. Foram avaliados o desempenho zootécnico, os parâmetros físico-químicos da água e a produção de sólidos do sistema. Ao final do experimento, ficou determinado que o tratamento MIN, que utilizava a taxa mínima de arraçoamento de acordo com a tabela de Van-Wyk se apresentou como o modelo mais adequado para o arraçoamento do camarão-branco-do-pacífico, onde apresentou menor valor de conversão alimentar, uma maior sobrevivência, e uma menor oferta de ração e geração de efluentes comparados ao tratamento com a utilização de valores máximos.

Abstract: The effects of feeding on water quality and shrimp growth are important factors to consider, even more so when dealing with super-intensive and biofloc-dominated systems. Thus, it is necessary to pay greater attention to adjustments in feeding rates for shrimp production in this system. The aim of the study was to define the best model for this adjustment in the amounts of feed to be provided in the rearing of Pacific white shrimp (Litopenaeus vannamei) in a biofloc system. The experiment, lasting 60 days, was carried out at the Laboratory of Cameroon Marinhos. Shrimps were stocked with an initial weight of 4.21 ± 0.09 g at a density of 250 shrimp m-3, and fed following two methodologies. The first is to follow the Van-Wyk table, considering the minimum and maximum feed rates for the average weight of shrimp. The second was according to two estimated values from the feed conversion calculation, based on the methodology provided by Yta. A completely randomized experimental design (DIC) was adopted, consisting of 4 treatments with 4 replications: MAX - Maximum feeding rate according to the Van-Wyk table, MIN - Minimum feeding rate according to the Van-Wyk table , C.A 1.1 - Feed rate with feed conversion calculation estimated at 1.1, and C.A 1.5 - Feed rate with feed conversion calculation estimated at 1.5. The zootechnical performance, the physical-chemical parameters of the water and the production of solids in the system were obtained. At the end of the experiment, it was determined that the MIN treatment, which used a minimum feeding rate according to the Van-Wyk table, presented itself as the most suitable model for the feeding of Pacific white shrimp, where we presented the lowest feed conversion value, a larger supply, and a smaller supply of feed and effluent generation compared to treatment using maximum values.