Uso de guias endodônticos no acesso ao canal de dentes restaurados com pinos de fibra de vidro

Abstract

Introdução: O retratamento endodôntico nos casos de presença de pino de fibra de vidro intracanal pode ser um processo difícil e com grandes riscos de iatrogenias. Objetivo: Este estudo teve por finalidade avaliar a eficácia da utilização da endodontia guiada (Endoguide, EG) no acesso ao canal de dentes tratados endodonticamente e restaurados com pinos de fibra de vidro. Metodologia: Trinta pré-molares inferiores de humanos, hígidos, com tamanho e peso semelhantes, foram tratados endodonticamente com limas Reciproc (R50) e obturados pela técnica do cone único. Após 07 dias, os canais foram desobturados deixando 5 mm de guta-percha no terço apical e, então, pinos de fibra de vidro foram cimentados adesivamente. Os dentes foram montados em mandíbulas humanas e tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC) foram realizadas. As amostras foram distribuídas aleatoriamente em (n=10): Grupo EndoGuide (GEG), acesso com o uso de brocas de implantes e guias prototipados; Grupo Técnica Tradicional (GTD) acesso com uso de pontas diamantadas e ultrassom; e Grupo Controle (GC). Ao final do acesso foram realizados novos exames de TCFC para avaliar o volume final de desgaste e os desvios produzidos por cada técnica. O tempo necessário para cada tipo de acesso também foi computado. Resultados: A técnica tradicional (TT) promoveu maiores desvios e resultou na perfuração em 30% dos amostras. A análise estatística demonstrou que o desgaste final e os desvios produzidos (Kruskal-Wallis para amostras independentes e teste pairwise, p < 0,05), assim como o tempo gasto (Mann-Whitney, p < 0,001), foram significativamente menores nos amostras do GEG quando comparados aos do GTD. Conclusões: A utilização de guias endodônticos é opção viável, segura e simples para o acesso ao canal, nos casos de reintervenção em elementos dentais com presença de pino de fibra. O uso da técnica da endodontia guiada propiciou menor volume de desgaste da estrutura dental, menor desvios do trajeto original e menor tempo para o acesso endodôntico, quando comparada à técnica com pontas diamantadas e ultrassom.

Abstract: Introduction: Endodontic retreatment in cases of presence of an intracanal glass fiber post can be a difficult process and with great risks of iatrogenesis. Objective: This study aimed to evaluate the effectiveness of using the guided endodontics (Endoguide, EG) to access the canal of teeth treated endodontically and restored with glass fiber posts. Methodology: Thirty healthy lower human premolars, with similar sizes and weights, were treated endodontically with Reciproc files (R50) and filled using the single cone technique. After 07 days, the canals were cleared, leaving 5 mm of gutta-percha in the apical third and, then, glass fiber posts were adhesively cemented. The teeth were mounted on human mandibles and cone beam computed tomographies (CBCT) were performed. The samples were distributed in (n = 10): EndoGuide Group (GEG), accessed with the use of implant drills and prototyped guides; Traditional Technical Group (GTD) accessed with the use of drills and ultrasound; and Control Group (GC). At the end of the access, new CBCT exams were performed to assess the final wear volume and the deviations produced by each technique. The time required for each type of access was also computed. Results: The traditional technique (TT) promoted greater deviations and resulted in perforation in 30% of the specimens. The statistical analysis showed that the final wear and deviations produced (Kruskal-Wallis for independent samples and pairwise test, p <0.05), as well as the time spent (Mann-Whitney, p <0.001), were significantly lower in the specimens of GEG when compared to those of GTD. Conclusions: The use of the guided endodontics is a viable, safe and simple option for accessing the root canal, in cases of reintervention in dental elements with the presence of a fiber post. The use of the guided endodontics technique provided less wear on the dental structure, less deviations from the original path and less time for endodontic access, when compared to the technique with drills and ultrasound.