Apoio social e declínio cognitivo em idosos mediado por sintomas depressivos: estudo EpiFloripa

Abstract

Este trabalho teve como objetivo investigar a relação entre apoio social, função cognitiva e sintomas depressivos. Para tanto, foi testada a hipótese de que os sintomas depressivos atuariam como mediadores na relação entre apoio social e função cognitiva, em idosos do município de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. O estudo que deu origem aos dados é longitudinal e de base populacional que contou com três ondas sendo elas nos anos de 2009/2010; 2013/2014 e 2017/2019; os dados da presente dissertação foram referentes à terceira onda, sendo assim um recorte transversal. Foram utilizadas as escalas do Mini Exame do Estado Mental (MEEM), adotando-se como ponto de corte < 19 pontos para analfabetos e < 24 pontos para idosos com algum grau de escolaridade , Escala de Apoio Social (MOS), classificado como tendo ou não o apoio, categorizada como ?não? quando valores abaixo do percentil 25 ou ?sim? quando acima. E a Escala de Depressão Geritátrica (GDS15), IC95%=0,006;0,013). Assim, quanto maior o apoio social, menores são os sintomas depressivos, e quanto maior o sintoma depressivo, maior também será o comprometimento da função cognitiva. As mulheres apresentaram média significativamente menor no escore da escala de apoio social (p<0,001). A relação entre apoio social e declínio cognitivo em idosos é mediada pelos sintomas depressivos. Os resultados contribuem para uma reflexão acerca do impacto do apoio social sobre os sintomas depressivos e a manutenção da função cognitiva. Prevenir o agravo das condições de saúde dos idosos, tendo o apoio social como base das discussões no cuidado integral, não somente nas famílias, mas também junto aos profissionais que prestam o cuidado a eles. Consequentemente, as políticas públicas precisam estar atentas a influência do apoio social sobre a saúde do idoso e a valorização e incentivo dessas relações sociais, adotar o apoio social como um importante determinante social da saúde.

Abstract: This work aimed to investigate the relationship between social support, cognitive function and depressive symptoms. Therefore, the hypothesis that depressive symptoms would act as mediators in the relationship between social support and cognitive function was tested in the elderly in the city of Florianópolis, Santa Catarina, Brazil. The study that gave rise to the data is a longitudinal and population-based study that included three waves in 2009/2010; 2013/2014 and 2017/2019; the data of the present dissertation were related to the third wave, thus being a transversal cut. The Mini Mental State examination Scales (MMSE) were used, adopting as a cutoff point <19 points for illiterates and <24 points for elderly people with some degree of schooling, Social Support Scale (MOS), classified as having or no support, categorized as ?no? when values below the 25th percentile or ?yes? when above. And the Geritatric Depression Scale (GDS15), where 0 to 5 points indicated the absence of depressive symptoms and 6 or more points the presence of depressive symptoms. Descriptive analyzes (absolute frequencies and percentage and / or average and standard deviation) were performed for the variables sex, age and education. To analyze the direct effect of social support on cognitive decline and the indirect effect mediated by depressive symptoms, structural equation modeling (SEM) was used. The prevalence of cognitive impairment in the sample was 23%, of depressive symptoms it was 21.2% and 74.4% of the elderly reported having social support in aging. Social support has an indirect effect on cognitive function through depressive symptoms (ß = 0.01; 95% CI = 0.006; 0.013). Thus, the greater the social support, the less depressive symptoms are, and the greater the depressive symptom, the greater the impairment of cognitive function. Women had a significantly lower average in the social support scale score (p <0.001). The relationship between social support and cognitive decline in the elderly is mediated by depressive symptoms. The results contribute to a reflection on the impact of social support on depressive symptoms and the maintenance of cognitive function. Prevent worsening health conditions of the elderly, with social support as the basis for discussions on comprehensive care, not only in families, but also with the professionals who provide care for them. Consequently, public policies need to be aware of the influence of social support on the health of the elderly and the appreciation and encouragement of these social relationships, adopting social support as an important social determinant of health.